terça-feira, maio 05, 2020

O CFL, um antro de comunas

Pouco depois, no CFL, a Florência relatou ao Dr. Armando tudo o que tinha visto passar-se na Rua de Castela.
- Não pode ser – gritou. – O meu colégio está perdido. Que pensará lá no Céu o Fernão Lopes e todos os que contribuíram para a maravilhosa cultura do nosso país. Vou apurar tudo e expulsar essas miúdas.
Pegou no sobretudo e dirigiu-se para o seu Peugeot.
«Quem diria? O meu colégio a formar células de comunas… ainda vou preso também».
Atirou-se para dentro do carro e arrancou com toda a velocidade. O seu coração estava acelerado. A sua mente não tinha um momento de descanso.
Frente à taberna do Frazão, teve de travar com toda a força, senão tinha batido no carro da Dra. Lurdes Moreira que, naquele momento, se dirigia ao CFL para dar uma aula. Valeu-lhe o apitar constante da professora.
Um pouco mais à frente, só a intervenção dum anjo guardião fez com que não atropelasse um rapaz que atravessava distraidamente a Avenida.
Continuou a acelerar e, pouco depois, travava frente ao posto da GNR. Saiu do carro e tentou entrar, mas um guarda não lho permitiu.
- O que pretende? – perguntou um guarda. – Neste momento, não pode entrar…
- Fui informado que tinham prendido alunos do CFL. Pretendo saber o que se passa.
- Neste momento estão a ser interrogados pelo comandante. Tem de esperar aqui.
- Mas eu quero saber o que se passa. – e tentou forçar a entrada.
Mas o guarda manteve-se firme no posto.
- O senhor espera aqui, senão vejo-me obrigado a detê-lo.
E o Dr. Armando teve de esperar. Mesmo assim, não deixou de profetizar umas ameaças.
- Ah! Esses miúdos não sabem o que os espera quando os apanhar a jeito!!!
Estava muito longe de perceber que a situação estava quase a esclarecer-se.

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