Entretanto, na casa roxa do início da Rua de Castela, travava-se uma intensa batalha de palavras entre a Cietezinha e o Estorietas:
- Tens de me deixar sair, Estorietas. Isto está a ir demasiado longe.
- Anda, anda ver os nossos quadros e diz-me que queres sair, diz-me que não é Arte. Será que não sentes a intensidade da criação?
Puxou-a por um braço, arrastando-a para junto dos quadros.
- Olha esta maravilha. Até te pus loira, mais bela que a Deolinda…
Ela ficou furiosa.
- Não me compares com essa serigaita. Não vale nada comparada comigo…
- Então, vê este outro em que apareces como mulher com máscara de tigre…
- Não me interessa…
- Mas vê! – e passou-lhe o quadro para as mãos.
Ela não aguentou mais. Pegou no quadro e desfechou com ele na cabeça do Estorietas. Ele ficou atordoado e ela aproveitou para lhe enfiar com outro em volta do pescoço.
- Vê, vê o que eu faço aos teus malditos quadros – e destruiu tudo em cima dele sem que o Estorietas pudesse reagir.
Pobre Estorietas! A ver a sua arte de que tanto esperava a esfumar-se numa tarde de tragédia.
- Os meus quadros… - balbuciava.
Ela aproveitou a sua falta de discernimento para correr para a porta e fugir.
«Vou já para o posto da GNR ver o que se passa com os outros».
Ainda não tinha percorrido metade da distância que a separava da esquadra quando o comandante e o guarda Ernesto chegaram junto dela.
- Como conseguiu chegar aqui?
- Atordoei-o com os próprios quadros. Agora quero ver com estão os meus amigos.
- Nós acompanhamo-la. Depois vimos prendê-lo…
E, ao fim da tarde, para grande desgosto do João, as vinte miúdas foram postas em liberdade e puderam regressar a casa, depois de terem aceitado as desculpas do comandante e perante o olhar desconfiado do Dr. Armando.
- De futuro, em vez de fazerem uma manifestação, venham avisar-nos primeiro… E amanhã esperamos pela Teresinha para mais uns bolinhos…
Lá foram todas a rir da situação já esquecidas do Estorietas, enquanto o João chuchava no dedo por deixar de estar no meio de tanta menina.
- Tens de me deixar sair, Estorietas. Isto está a ir demasiado longe.
- Anda, anda ver os nossos quadros e diz-me que queres sair, diz-me que não é Arte. Será que não sentes a intensidade da criação?
Puxou-a por um braço, arrastando-a para junto dos quadros.
- Olha esta maravilha. Até te pus loira, mais bela que a Deolinda…
Ela ficou furiosa.
- Não me compares com essa serigaita. Não vale nada comparada comigo…
- Então, vê este outro em que apareces como mulher com máscara de tigre…
- Não me interessa…
- Mas vê! – e passou-lhe o quadro para as mãos.
Ela não aguentou mais. Pegou no quadro e desfechou com ele na cabeça do Estorietas. Ele ficou atordoado e ela aproveitou para lhe enfiar com outro em volta do pescoço.
- Vê, vê o que eu faço aos teus malditos quadros – e destruiu tudo em cima dele sem que o Estorietas pudesse reagir.
Pobre Estorietas! A ver a sua arte de que tanto esperava a esfumar-se numa tarde de tragédia.
- Os meus quadros… - balbuciava.
Ela aproveitou a sua falta de discernimento para correr para a porta e fugir.
«Vou já para o posto da GNR ver o que se passa com os outros».
Ainda não tinha percorrido metade da distância que a separava da esquadra quando o comandante e o guarda Ernesto chegaram junto dela.
- Como conseguiu chegar aqui?
- Atordoei-o com os próprios quadros. Agora quero ver com estão os meus amigos.
- Nós acompanhamo-la. Depois vimos prendê-lo…
E, ao fim da tarde, para grande desgosto do João, as vinte miúdas foram postas em liberdade e puderam regressar a casa, depois de terem aceitado as desculpas do comandante e perante o olhar desconfiado do Dr. Armando.
- De futuro, em vez de fazerem uma manifestação, venham avisar-nos primeiro… E amanhã esperamos pela Teresinha para mais uns bolinhos…
Lá foram todas a rir da situação já esquecidas do Estorietas, enquanto o João chuchava no dedo por deixar de estar no meio de tanta menina.
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