quarta-feira, maio 05, 2004

Regresso de Ourém

Cá estamos de novo, terminados os poucos dias de contacto com Ourém. Fizemos muitas coisas e tudo, desde que relevante, iremos relatar nos próximos dias. A primeira foi uma visita à feira do livro exactamente no dia em que fechava; não tínhamos companhia, não encontrámos ninguém conhecido pelo que nos retirámos a breve trecho. Fizemos entretanto algumas fotografias junto ao edifício da GNR e ao depósito, elementos de que já falámos.

Assistimos, ainda, àquele jogo em que o Glorioso reduziu audaciosos leões a inofensivos lagartos.

Na segunda-feira, pelas oito horas comparecemos no Central que sujeitámos a uma sessão fotográfica. O Adelino foi de amabilidade e colaboração extremas sendo dele a responsabilidade da exposição que fica aprazada para um dos próximos dias. Há um pequeno senão: um dos elementos que devia ser sujeito a fotografia, um belo rádio dos anos 50/60, mencionado no texto que apresentaremos, está a arranjar, mas há a promessa de voltar ao seu lugar de exposição. Obrigado, Adelino, pelos momentos de retorno à nossa juventude que nos proporcionaste.

Procurámos, em vão uma fotografia da equipa maravilha, mas isso não impedirá a publicação do respectivo post.

Passámos também pela Marina que sujeitámos a uma inspecção minuciosa. Apesar de termos cumprimentado um dos seus responsáveis, o sr. Catarino, não tivemos coragem para lhe pedir para tirar fotografias. A nossa intenção é rever o café Avenida a partir daquilo que hoje ocupa o seu espaço.

Fomos à Tipografia Ouriense. Que saudade do Melo! Acreditem que já não via o Ourém e seu Concelho há perto de trinta anos. Ali deixámos o nosso nome, coordenadas e respectivo financiamento para o passar a receber regularmente. Depois olhámos o seu conteúdo sofregamente. Uma parte frontal interessante. O interior cheio de porta-vozes partidários. Então aquela conversa sobre Espanha e Zapatero é quase uma repetição do discurso do Governo PSD/CDS. E eis que de repente os meus olhos deparam com um artigo do famigerado LF. Como é possível trinta anos depois? O mesmo estilo, as mesmas afirmações... LF não argumenta, LF não contradiz, ele pura e simplesmente afirma independentemente do que qualquer adversário possa apresentar. O mesmo ódio aos comunistas, aos marxistas. Enfim, penso que nem vale a pena dar-lhe confiança. Noutros tempos o excelso grupo de marxistas-leninistas que analisava a situação em Ourém fazia apostas sobre a sua identidade. Seria o padre de Rio de Couros? E repentinamente, recordo a minha despedida dos jornais de Ourém em 1975: "não voltarei a escrever no Notícias de Ourém enquanto lá se der guarida a artigos de fascistas" (cito de cor, foi mais ou menos assim). Mas perdi, nada consegui e nunca mais lá escrevi, transformando-me em talento (?) adormecido e acomodado há muitos anos, como diria o outro. Mas confesso que neste campo evoluí muito pouco, isto é permaneço pouco tolerante, será que não sou um verdadeiro democrata por preconizar a exclusão dos que querem abater a democracia dos que dão vivas ao salazarismo?

Mas falemos em coisas boas. Encontrámos alguns amigos: O Julito, a Alice, a Cristina, a São. Foi a cavaqueira do costume, pena é que Ourém já esteja de novo longe. Soubemos de mais destruições em perspectiva. Enfim, atenção aos próximos posts em que, atendendo a pressões vindas do Castelo, faremos algo para dar a cara.


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