Um voto pelo socialismo
Ficaria mal com a minha consciência, neste aproximar às europeias, se não me referisse ao PS uma vez que um voto nele é um voto no bloco que se opõe à fixação no défice, ao prosseguimento da política de desemprego, à desarticulação do estado previdência.
A política prosseguida pela direita só se preocupou com a diminuição do défice, mas foi tão desastrada que, pelo impacto na actividade económica, acabou por diminuir o PIB o que fez com que o racio défice/PIB não diminuísse, mantendo-se sistematicamente a necessidade de medidas extraordinárias.
Por outro lado, como sabem, tenho uma certa estima por Ferro Rodrigues a quem conheço desde os tempos de estudante como já contei. Nessa altura, tal como eu, ele tinha uns trinta kilitos a menos, usava um bigode muito fino que lhe dava um ar engraçado, aciganado naquelas reuniões em económicas e em ciências quando ele vociferava contra o Ministério e a política do governo acompanhando o Eduardo Graça e o Félix Ribeiro. Logo a seguir ao 25 de Abril foi um dirigente do MES uma organização de esquerda que me era extremamente simpática.
Ao longo da minha actividade profissional, quando trabalhava numa empresa de transportes, conheci Jorge Coelho e confesso que é uma pessoa extremamente simpática, trabalhadora, só tem o defeito de ser sportinguista. Mas tem aquela magnífica qualidade de nos falar quando nos cruzamos com ele na rua.
Quer dizer, a minha relação com o pessoal do PS tem sido sempre extremamente cortês. Não quero com isso dizer que me sinta particularmente feliz com a sua página e com os seus candidatos à Europa. Gosto imenso do Adriano Pimpão a quem também conheço de longa data, mas está colocado num lugar que me parece de difícil eleição.
Por outro lado, eu aprecio um socialismo assim um pouco mais radical, não com bombas e ditaduras condenáveis, mas com um pouco menos de conciliação com a burguesia e com as pessoas bem convencidas daquilo que se pretende construir para não haver arrependimentos a meio do percurso ou tendências para formação de burguesias de estado. Um socialismo com todo o respeito pela livre iniciativa e pelas liberdades, mas com uma certa submissão do desenvolvimento à satisfação de necessidades sociais. Um socialismo cuja construção pode inclusivamente ser apoiada em múltiplas perspectivas divergentes desde que não antagónicas, mantendo assim algumas estruturas políticas como aquelas que já conhecemos
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