sábado, dezembro 31, 2005

A primeira vez que ela veio à nossa terra

Levei-a a dançar ao baile de fim de ano. Já não me lembro onde se realizou, mas foi uma noite fabulosa. Tanto oureense cheio de inveja por aquele ser lindo que eu conduzia ao som da música. Não que eu fosse grande dançarino. Aliás, ela era muito melhor do que eu. Mas sentia-me especialmente vocacionado. Para a noite. Para nos dias seguintes ouvir ou adivinhar as palavras que se sussurravam procurando que eu não ouvisse.
Não foi fácil a vinda a Ourém. Armei-me em duro que, assim, todo macho deveria ser. Ela chegou e não lhe liguei nenhuma. Fui passear com os amigos, nem sei se não cometi o pecado de outras paragens planear visitar. Passaram horas e, de repente, as tias fizeram-se ouvir.
- Ai que menina tão bonita esteve cá em casa!
Apanhado, estava definitivamente apanhado. Os procedimentos para a ida ao baile sucederam-se em ritmo vertiginoso. Só foi esquecido um pormenor: o regresso. Mas a boa vontade de um amigo oureense tudo ajudou a resolver e a fazer daquela noite uma das minhas inesquecíveis paragens em Ourém.
Um feliz 2006 para os amigos do OUREM


Paz e amor Posted by Picasa

Paz e amor são as palavras chave...
Não era aquele nosso outro amigo que dizia "All you need is love"?
É o que desejamos para os amigos do OUREM (e para os outros também...).
Quer estejam na nossa terra, por esse mundo, em S. Tomé...

sexta-feira, dezembro 30, 2005

O caso do financiamento das juntas de freguesia em terras oureanas

As juntas de freguesia constituem o órgão de poder mais perto do cidadão. Apesar de tudo, o seu financiamento e a sua definição funcional revelam algumas oscilações, muitas vezes da responsabilidade da Câmara do concelho em que se integram, que se traduzem em dificuldades no exercício da sua actividade.
Iniciámos, em Outubro deste ano, um estudo relativo ao financiamento destas estruturas autárquicas e aos problemas que as mesmas sentiam, elaborando um inquérito e submetendo-o aos dezoito presidentes de junta recentemente eleitos no nosso concelho apontando a data de 15 de Dezembro como termo para o prazo de resposta.
Todo o contacto foi por meios tradicionais, pois não descobrimos endereços electrónicos ou páginas para a maioria das juntas. Sabíamos ir estar sujeitos a elevada percentagem de não respostas, mas tínhamos elevada curiosidade em a medir.
Vamos divulgar a partir da próxima semana alguns resultados. Não são surpreendentes, mas ilustram a existência de elevada confusão funcional.
Para já ficamos com algumas curiosidades.
A taxa de não resposta situou-se em 72,2%, sendo de 100% para as juntas de freguesia ligadas ao PS. Admitimos que isto tenha a ver com o momento de instalação (do exercício do poder) e que, por exemplo, daqui a um ano ou dois os resultados pudessem ser diferentes (mas era agora que nos interessava a informação).
Também é interessante ver para as cinco juntas que tiveram a amabilidade de responder o momento em que o fizeram: 40% responderam mais ou menos em momento de recepção do inquérito, 20% a meio do período, 20% no último dia e 20% após o prazo.
E é interessantíssimo saber quanto é que as juntas gastaram a enviar as respostas o que mostra desde logo grande diversidade pois o peso das mesmas era sensivelmente o mesmo. Houve quem gastasse 19 cêntimos e houve quem gastasse 65 cêntimos. Assim, apesar de a resposta de cada junta de freguesia contar apenas 20% para o total, o seu dispêndio foi substancialmente diferente do correspondente a essa proporção como ilustra a figura seguinte:


Amigo oureense, na próxima semana, continue a acompanhar o sensacional "O caso do financiamento das juntas de freguesia em terras oureanas"...

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Mais arruaça...

Uma coisa que me causou alguma estranheza naquela Assembleia Municipal foi ver alguns seres pensantes elogiarem a tecnicidade do documento e o seu conteúdo. Eu não teria o menor problema em também o fazer se isso fosse verdade, mas está muito longe de a tal corresponder.
A segunda intervenção na AM consistiu na crítica deste orçamento. Uma crítica motivada pelo facto de, devido ao modo como está tecnicamente elaborado, ser de difícil ou impossível compreensão sem informação adicional. Uma crítica porque o seu conteúdo não é o que mais interessa ao povo do concelho. Alguns dos elementos apontados podem não corresponder bem à realidade, mas isso só foi constatado à posteriori, sendo uma prova da opacidade do documento.
E aqui vai:

Crítica ao Orçamento
Consulto o documento disponibilizado pela Câmara e confesso a minha incapacidade para me aperceber do seu conteúdo e que penso se poderia traduzir numa resposta a algo muito simples: o que vai a Câmara fazer e porque o vai fazer?
Porquê esta dificuldade?
Pensando um pouco e analisando este documento, há que dizer que ele é susceptível de uma multiplicidade de críticas designadamente ao nível dos seguintes elementos:
- suporte;
- conteúdo;
- ligação entre elementos do conteúdo;
- ligação com o passado, isto é com o documento que o precedeu;
- não consideração de decisões tomadas durante o ano;
- falta de informação e esclarecimento quanto a decisões tomadas e
- presença de opções disparatadas.
Vejamos cada um destes elementos mais detalhadamente.

1) Crítica ao suporte utilizado
Pode ser o mais vulgarmente utilizado, mas um documento em formato PDF (Portable Document Format) não será o mais recomendado para uma organização onde se torna necessário proceder ao seu exame, crítica e utilização de alguns elementos. O PDF não facilita a reutilização de textos e não permite usar os quadros de dados. Teria sido preferível um documento Word para o texto acompanhado por ficheiros de dados em folha de cálculo, utilizando eventualmente tabelas dinâmicas e indo a um nível de desagregação maior.

2) Crítica ao conteúdo
O conteúdo é repetitivo e baseado em categorias que, embora podendo ser as exigidas a nível de aparelho de estado, não são as mais apelativas no seu tratamento nem em momento de divulgação a pessoas com uma formação menos institucional.
Até posso admitir que este é o tipo de orçamento mais vulgar, mas não me sinto esclarecido pelo documento utilizando as rubricas que usa e não me dando informação sobre o que contribui para elas.

3) Crítica à articulação entre elementos do documento
Trabalho numa escola que foi responsável pela formação de alguns dos mais prestigiados dos dirigentes do nosso país e das empresas, um dos quais, por exemplo, se arrisca a ser o presidente eleito (para mal dos nossos pecados). Aí costumamos dizer às pessoas que têm de apresentar trabalhos com componente textual e resultados: “ não se preocupem em apresentar muitos quadros; não apresentem qualquer quadro ou gráfico sem um comentário ao mesmo em texto (se um quadro não merece um texto a acompanhá-lo por que razão figurará na relatório?); preocupem-se muito com a integração entre as várias peças, com a sua articulação...”.
Olhando para este documento, vemos que não respeita qualquer regra deste género. Despejam quadros, juntam-nos, repetem-nos sem que a informação disponibilizada traga mais qualquer coisa. E a agravar tudo isto o facto de não se descortinar articulação entre os vários elementos. Por exemplo, o documento apresenta uma análise SWOT. Não vamos discutir a sua correcção, aquilo até pode ser verdade. O problema é que não se descortinam quaisquer medidas como resposta ao que resulta da análise. Então existem todas aquelas ameaças, todos aqueles pontos fracos? E que vai fazer a Câmara para lhes responder? Nada, é a resposta. Então aquela análise é inútil, está ali para encher, está ali para fingir que se está a cumprir alguma norma...

----- Corte de Palavra ao deputado municipal ---------

----- Segue o que não se pôde dizer e foi entregue para acta ------

4) Crítica à ausência de ligação com o passado
O orçamento do ano anterior previa todo um conjunto de realizações que acabaram por não ser executadas. O que aconteceu aos projectos do ano anterior que não foram implementados? Mesmo que sejam para não implementar neste ano, isso deveria ser dito neste documento. Exacto, o que aconteceu ao solar do medieval, ao comboio turístico do Agroal, ao núcleo de astronomia no moinho? Por que não foi divulgado um documento de execução do anterior orçamento? O que foi feito? O que não foi feito? Quanto representa no total o que não foi realizado? Em que medida foram ultrapassadas outras rubricas consideradas no anterior?

5) Crítica à não consideração de decisões tomadas durante o ano
O que vai passar-se com a capela de São Sebastião que tem a promessa de ir ser restaurada?
Foi simbólicamente adquirida por um euro para a deixarem cair?
Ter-se-ão também esquecido do fontanário da Rua de Santa Teresa de Ourém? Mas decidiram em reunião da Câmara integrá-la nas obras de conservação...

6) Crítica à falta de informação e esclarecimento nas decisões tomadas
Todos sabemos que anualmente a Câmara procede a transferências de fundos para as Juntas de Freguesia que vão apoiar o desenrolar da sua actividade. Conhecemos um montante global. Mas era importante sabermos quanto vai receber cada freguesia. E a que se destinam essas verbas? A Câmara faz um pequeno exercício quanto a redes de estradas, mas o montante especificado é apenas uma pequena parte do que as freguesias vão receber. A que se destina o restante? E que palavra têm sobre isto as juntas de freguesia? Eu tenho na minha posse elementos das mesmas que divulgarei na próxima semana que me indicam que as suas necessidades parecem ultrapassar em muito o valor das verbas que a Câmara considerou. Como chegou a Câmara a esses valores?
Outra caso de falta de esclarecimento é o que respeita ao projecto Leiria Digital. Este projecto tem uma página na Internet na qual se identifica o seu responsável, o Eng Vítor Távora, o qual ainda brinda os que consultam a página com um endereço electrónico para contacto. Resolvi por isso interrogar o sr. Eng. sobre o estado actual do projecto, eventuais atrasos e o que entraria em exploração em 2006. É que havia a promessa de serem desde já utilizados alguns módulos no início do ano, mas subsiste a ideia de que poderá estar atrasado. A verdade é que tal contacto não mereceu qualquer resposta por parte do responsável do projecto. O nosso país está assim, as pessoas pensam que estão em certos lugares e não têm que responder a quem se lhes dirige, não têm consciência da efemeridade da sua existência e do seu poleiro. Mas a verdade é que a Câmara também se prepara para gastar 500000 euros neste projecto e nada nos diz sobre o mesmo. O que vamos ter? Quando vamos ter? Já vai existir alguma coisa em 2006? É que o documento prometia módulos em funcionamento logo no primeiro ano... Quanto é que já pagaram em nome do projecto?

7) Crítica a opções disparatadas
A agravar o que não se diz, o que se diz mal e estrutura mal, surge a consciência de que aquilo que se vê não é o melhor para o povo do nosso concelho. E lá vem em primeiro lugar o disparate dos novos Paços de Concelho concebido como se não existisse qualquer impacto do Leiria Digital sobre o modo como a Câmara vai organizar-se para responder ao seu negócio. Lá vem a inenarrável Cozinha Central que só vai servir para alimentar mal as nossas crianças, mas fazer crescer os rendimentos nas mãos de quem ganhar o projecto. E lá vem uma vergonhosa verba destinada à prevenção a nível de incêndios sob a rubrica “Limpeza de Matas” que parece acreditar que os fogos deste ano terão operado essa limpeza.

Em resumo, trata-se de um documento muito mau, correspondendo a uma perspectiva sem a menor preocupação com a resolução dos problemas do povo do concelho de Ourém e, por isso, a organização que aqui represento só pode votar contra o mesmo.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

A Câmara de Ourém e a eficiência da utilização de recursos

Em Novembro de 2005, o ISEG publicou um estudo sobre a eficência relativa do governo local.
Nesse documento é avaliada a eficiência da despesa pública da gestão municipal portuguesa em 2002, usando a Data Envelopment Analysis (ver aqui, aqui e aqui) para calcular indicadores da eficiência de input e de output para as 278 municipalidades portuguesas situadas no continente. A análise é executada aglomerando municipalidades nas cinco “regiões" definidas para finalidades estatísticas de acordo com a nomenclatura portuguesa de unidades territoriais com o nível II de desagregação (NUTS II): Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Alentejo e Algarve.
O município de Ourém foi considerado neste estudo integrado na região de Lisboa e Vale do Tejo da qual fazem parte 51 municípios.
Em termos de eficiência de inputs, Ourém situou-se em 16º lugar com um valor de 0.688 o que significa que poderia ter conseguido o mesmo resultado com menos 31,2% de recursos despendidos.
Em termos de eficiência de outputs, a situação de Ourém é catastrófica: um vergonhoso 46º lugar para um indicador de 0,283 que significa que, na nossa terra, o município está a produzir menos 71,7% do que o que poderia fazer com os recursos utilizados.
Esta conclusão reforça a nossa ideia de que a gestão do município desperdiça os seus recursos de uma forma que pode estar a beneficiar redes de interesses organizados...

terça-feira, dezembro 27, 2005

O tal discurso arruaceiro

Estamos, hoje, em condições de divulgar uma das intervenções na última Assembleia Municipal, exactamente aquela que o presidente David classificou de discurso arruaceiro.
Esta presença na AM deveu-se ao facto de o Sérgio se ter ausentado para o gozo de uns dias de férias. Imaginem as dificuldades de substituição. Mas gostei de lá estar, embora tenha ficado com a ideia de que o presidente da Câmara coloniza aquele órgão, transformando-o numa estrutura que serve para aprovar as suas elaborações.
A primeira intervenção, que agora divulgo, teve a ver com o facto de o documento orçamental ser pouco claro, exigindo-se-lhe portanto mais transparência e por não ser apreciado nenhum documento de controlo relativamente à execução do anterior, havendo ainda tendência para se aceitarem realizações à custa do mesmo que, em condições normais, não passariam um teste de aceitação.
Daí o título do documento...

Mais transparência e controlo no Orçamento
O país vive um momento particularmente difícil derivado da crise económica e da incapacidade política de resposta por parte das forças dominantes. Por todo o lado se assiste ao aumento do desemprego, ao ataque aos direitos dos trabalhadores como se os mesmos se tratassem de regalias injustificáveis, a práticas pouco desejáveis como a especulação e a corrupção e ao crescimento das desigualdades sociais. Apesar de tudo, neste meio em que se torna cada vez mais claro que as actuais relações sociais não servem para suportar novo desenvolvimento das forças produtivas, muitos agentes económicos ou ligados à economia conseguem sobreviver mercê de bem arquitectadas redes de interesses que lhes permitem arrecadar avultados benefícios. Obras aprovadas por determinados órgãos de poder, mais tarde, revelam-se inacabadas, incompletas, mal feitas, tendo entretanto já servido para o enriquecimento de interesses privados que, à conta de incompetências, continuarão a enriquecer.
Isto passa-se pelo país todo e Ourém parece não fugir à regra como já nos foi possível avaliar.
A juntar a práticas menos éticas na condução da actividade económica, assistimos também a atitudes menos dignas por parte de elementos que exercem o poder ao tentar silenciar oposições e impedir o seu contacto no local próprio com os interesses das populações. A informação ao povo essa é prestada de acordo com os interesses. Em momentos eleitorais, a Internet é veículo indispensável para mostrar argúcia, actualização, adaptação ao momento. Fora deles, o contacto é esquecido, o exercício autista do poder é que domina.
O orçamento que vamos discutir insere-se assim num quadro de natural desconfiança em relação aos que o apresentam e, simultaneamente, de premente necessidade por parte de determinados órgãos relativamente a financiamentos. Um inquérito feito a partir de uma Universidade aos órgãos autárquicos do concelho de Ourém, denominados Juntas de Freguesia, permitiu concluir, apesar de um elevado (e lamentável) número de não respostas, que estes órgãos não conseguem executar cabalmente a sua função em virtude da exiguidade das verbas que recebem do orçamento de Estado e apesar de as mesmas serem posteriormente reforçadas com tranferências a partir da Câmara.
Idêntico problema se passaria com as associações desportivas se fossem estas o objecto de inquérito semelhante, ou com associações culturais, ou com cooperativas ou com editoras que prestam notável serviço público em cidades mais pequenas. Permite-nos isto concluir que, num quadro de crise grave do país, em que apesar de tudo se gasta incompetente e principescamente na atribuição de negócios a alguns privados, órgãos autárquicos e associações culturais, despostivas, etc têm monumental precaridade de financiamento e não conseguem executar cabalmente a sua missão.
Tal só será possível com uma atitude diferente por parte dos responsáveis autárquicos nas Câmaras, com uma maior preocupação de qualidade e controlo a partir do poder central e com uma exigência radical de transparência e integralidade na utilização de fundos públicos. É por isso que se torna extremamente importante olhar para o orçamento que agora vai ser discutido, em certos aspectos, muito detalhadamente...


domingo, dezembro 25, 2005

Pretextos


Haverá melhor prenda? Posted by Picasa

O Natal e outros acontecimentos começam a ser pretexto constante para revisitar coisas de outros tempos...

sábado, dezembro 24, 2005

Feliz Natal para os amigos do OUREM



... e para os outros também.
Já agora, questões interessantes: quem foi que desenhou esta capa do MA? e como se chamava o grand herói que ele criou?

sexta-feira, dezembro 23, 2005

O tio de Lisboa
O tio João viveu em Lisboa durante a maior parte da sua vida profissional.
O seu afastamento, a noção que tínhamos da capital onde de tudo existia para satisfazer as necessidades de consumo, conferiu-lhe uma imagem de sujeito mais rico e importante que, na verdade, contrastava com a sua bondade e a sua afabilidade.
Ainda me lembro da sua chegada, um dia, à casa do Largo de Castela.
- É o tio de Lisboa...
E foi uma festa enquanto esteve connosco.
Houve um ano que tive o privilégio de vir passar uns dias de férias à sua casa de Lisboa. Cheio de paciência, ele trouxe-me no comboio e, depois, a viagem de eléctrico para a Morais Soares foi quase mitológica.
A estadia permitiu-me conhecer alguns cinemas da capital (o Imperial, ainda muito novo, o Max...) a feita popular e as casas de alfarrabistas onde a oferta de livros usados da nossa época era uma atração inigualável, permitindo-me constituir um bom espólio, infelizmente já desaparecido.
Como todo o bom oureense, o tio de Lisboa adorava o nosso palhete e, mal se reformou, veio para a santa terrinha.
...
Era mais um Natal, talvez uma véspera. A família já estava em Fátima. Fazia mil tropelias ao sobrinhito que, com dois ou três anos, já queria abrir as prendas.
Bateram à porta.
- Era a polícia. O tio João foi atropelado por um motociclista quando regressava a casa a pé. Ainda o levaram para Lisboa, mas não resistiu...

quinta-feira, dezembro 22, 2005

O presidente David não confia nos deputados municipais

Eu punha as mãos no lume por qualquer deles.
No entanto, ao sugerir ao nosso venerado presidente que divulgasse o orçamento em documento Word e os seus dados em folha de cálculo em tabelas dinâmicas e maior detalhe, ele argumentou que não o faria pois isso levaria a que, daí a pouco, existiriam várias versões do orçamento.
O que faz a ignorância!
Um atestado de desconfiança àquela nobre Assembleia...
Acaso se duvida que qualquer médio conhecedor de sistemas de informação poderia fazer tantas versões do orçamento quantas quisesse a partir do documento da Câmara independentemente de ser ou não PDF?

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Arruaceiro!

Foi com este termo que o presidente David me mimoseou, hoje, na Assembleia Municipal, por eu ter afirmado no âmbito de uma declaração sobre "mais transparência e controlo no orçamento" que, em Ourém, se possibilitavam obras cuja ausência de controlo levava a que os trabalhos ficassem inacabados, mal feitos, imperfeitos, beneficiando assim alguns agentes económicos e outros agentes. Também referi o facto de, no edifício da Câmara, não criar condições para a oposição trabalhar.
Não tenho o artigo comigo em formato digital, mas divulgá-lo-ei na próxima semana.
Evolução semântica

É o que pode dizer-se do Solar do Medieval que vai passar a designar-se por Solar do Baco de acordo com a apresentação do presidente David.
Ainda tenho esperança que venha a ser o Solar da Bebedeira...
Cortaram-me o pio

É verdade.
Ia todo contente a ler a minha intervenção crítica relativa ao Orçamento.
Sempre simpática, a presidente Deolinda disse-me que já tinha ultrapassado o tempo e que me dava mais um minuto. Mas nem isso chegava. Tiveram que me parar mais ou menos a meio...
Pronto. À próxima já sei como é. Na próxima semana, divulgarei também este documento.
Coração de oiro

Tinha 7 ou 8 anos. Ainda há pouco iniciara a leitura da fabulosa BD do meu tempo.
A Dona Alzira habitava o rés-do-chão do mesmo prédio onde vivia a tia Elvira. Explorava um estabelecimento de venda de fruta e hortaliça junto à Praça dos Carros.
Na casa dos tios, o Natal já se anunciava: nas conversas, nas ofertas, nos bolos, naquela massa que levedava junto ao fogão e que iria dar origem aos balharotes.
Eu participava interessado naquela confusão: o que é que eles me vão dar?
Às vezes batiam à porta:”é um cabritinho para o sr. Abel”. (maravilhosa Ourém em que o Natal se celebrava com estas oferats e me deu a conhecer tão execelente sabor fruto do trabalho das suas gentes).
Eu observava todo aquele movimento. O Inverno era frio, não apetecia nada ir para a rua.
Ouve-se uma voz:
- Posso entrar?
Era a Dona Alzira. Trazia uma pequena embalagem na mão em papel de Natal.
- Quer um bolo, Dona Alzira?
- Não, obrigada, venho trazer isto para o menino.
- Luís, agradece À Dona Alzira.
O meu coração bateu apressado. Uma oferta para mim? Fiquei extasiado. Nunca ninguém que não fosse familiar se tinha lembrado de me oferecer qualquer coisa.
- Posso abrir?
- Claro, depois põe na árvore.
Ela observava com carinho a minha excitação.
Abri com tudo o cuidado e perante os meus olhos apareceram dois belos livros de histórias, provenientes directamente do Central, capa bem colorida, novinhos em folha. E, ainda nessa noite, conheci as magníficas aventuras do Roy Rogers e do Trigger...

terça-feira, dezembro 20, 2005

O presépio
Íamos pelos campos para, em sítios mais húmidos, descobrirmos o musgo que usaríamos na nossa representação. Nada era longe do centro de Ourém, mas era um ou dois passos que nos faziam sentir a maravilhosa envolvência de que a nossa terra desfruta.
Em casa, sobre uma caixa de madeira que se forrava com papel de jornal, depositávamos o musgo e algumas pedras, estas para simular a gruta e alguma montanha.
Povoávamos com figuras: ovelhas, poços, moinhos, pontes, a estrela, a vaquinha, o burrinho, o menino, a mãe e o pai. Juntávamos os reis magos a cavalo e tudo aquilo adorávamos até alguns dias depois de Janeiro...
Lembro-me que me fascinava especialmente com o presépio que se fazia na igreja de Ourém, especialmente pela sua dimensão.
O nascimento de alguém que desejava uma vida melhor para todos nós era assim comemorado por todos às vezes sem grande conhecimento do seu significado. Partilhar, abandonar as coisas materiais foram mensagens que aquele menino nos trouxe e que os seguidores, às vezes profundos devotos, se terão frequentemente esquecido, substituindo-as por agressões, violentações da consciência do próximo só por ser ligeiramente diferente.
É curioso como algumas das doutrinas que nos procuram tornar em seres melhores, mais solidários, mais humanistas, se podem transformar pelas mãos dos seus portadores e serem algo de terrível para os que não as seguem como é preconizado por aqueles que as interpretam naquele momento...

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Ele aí vem



E traz algumas estórias para partilhar nos próximos dias com os amigos oureenses. Estórias de ontem, de alegria, de partilha, de tristeza, de desapontamento, da desgraça. No fundo, do que é feita a vida ao longo de muitos anos vistos através desta quadra...
Um exclusivo do OUREM. Para terça, quarta, quinta e sexta... se a máquina não falhar...

sábado, dezembro 17, 2005

Luta pela subsistência



Quero comidinha! Posted by Picasa

Olá!
Este é o Manelinho, um gatinho vadio, visita frequente de minha casa à procura de comidinha. Já perdeu uma vista na sua difícil luta pela subsistência.
Apesar de tudo, prefere permanecer na rua. Não se deixa apanhar e ao mínimo movimento de aproximação foge imediatamente.
Mas é ultra simpático. Após ser bem tratado, se houver sol, deita-se na pedra bem esticadinho e brinda-nos com uma sesta.
031130

Número curioso aí vem...
Quem será o amigo do OUREM a quem caberá?
Não se acanhem. Digam-nos, provem-nos e terão um sensacional prémio lá para Novembro.
Ontem almoçámos com amigo da nossa terra que já deve estar em S. Tomé. Aqui fica um abraço para ele...

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Coisas que realmente interessam: por que razão a grande maioria dos presidentes de Junta de Freguesia não respondeu ao inquérito sobre Transferências do Orçamento de Estado?

Passam o tempo a dizer que o dinheiro não lhes chega para nada...
... algumas das respostas recebidas mostram claramente uma situação deficitária...
... por vezes, são capazes de pôr o seu próprio património a funcionar ao serviço desse órgão autárquico...
... mas, quando podem esclarecer as razões das suas dificuldades,...
... mesmo sabendo que do outro lado estarão pessoas que terão elevada probabilidade de vir a participar no processo de elaboração orçamental, devido à escola onde estão, devido à missão dessa escola,...
... remetem-se ao silêncio.
O que pode explicar uma atitude como esta?
Será que não acreditam nas intenções do dinamizador do inquérito (é suspeito, foi candidato da CDU...)?
Será que entendem que o inquérito nada esclarece?
Será que não sabem responder ao inquérito?
Será que não têm nem dinheiro para a resposta?
Será que desconhecem a situação do seu órgão autárquico?
Será que é preferível deixar tudo como está?
Pode haver muitas razões, mas ficamos por aqui.
Esperaremos mais uns dias. Na semana de Natal, deixaremos os amigos oureenses livres destas questões e dedicar-nos-emos, quase por inteiro, ao espírito da quadra. Na última semana do ano, ou na primeira de Janeiro, trataremos os dados que tivermos e divulgaremos os resultados. Para já garantimos: há situações muito diferentes para órgãos que, à partida, nos pareciam semelhantes. Mas isso ficará para depois...

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Coisas que realmente interessam: por que razão a página da Câmara não publica o orçamento para 2006?

O ano passado brindaram-nos com o orçamento e as grandes opções do plano. E como eu gostei daquelas promessas: o observatório de astronomia no moinho, o TGV para o Agroal, a análise SWOT...
Agora, grande parte da imprensa à volta já fala dele. Já sabemos que vai ser um ano de vacas magras, mas não há sinais do documento no sítio da casa amarela. Malvada casa que tanto me torturas!
Interpretemos...
Após um monumental acelerar de obras com o objectivo de ganhar projecção eleitoral, criar factos consumados, transferir verbas do orçamento de estado para as construtoras, sente-se que o próximo ano será marcado pela quase total ausência de obras. Talvez nem seja má ideia a avaliar pelas consequências dos disparates que aí se fizeram por exemplo na zona do Parque Linear...
Assim, o ano passado, até para destruir a péssima impressão do PIDAC, anunciaram as obras através da publicação desses documentos na página Internet. Este ano, pouco há para anunciar, e os mesmos documentos não são mostrados aos exilados, nem são divulgados ao povo oureense.
E será que o orçamento contempla a necessária recuperação do Parque Linear?
E que coisas estruturantes e importantes para a nossa terra se preveem?
Nada, não sabemos mesmo nada. Decidididamente, o presidente David, à escala orçamental, parece que também vai dar banho à minhoca...
Mas, cuidado, daqui a uns três anos não será bem assim. É vergonhosa a atitude de uma autarquia que tanto muda em função de interesses eleitorais.
Como o circo chegava a Ourém

O Natal está à porta, por todo o lado se anunciam espectáculos que mobilizam as crianças. Nas empresas que ainda resistem procura-se reforçar a coesão entre as pessoas. O momento é marcado por apelos à paz, à bondade, por vezes, pela pedinchice suportada nas mais nobres causas...
Na televisão, surgem espectáculos de circos consagrados e outros fazem excelente negócio nas cidades mais importantes do país.
Noutro tempo, não era vulgar o circo chegar a Ourém pelo Natal. Era mais típico da Feira Nova. A verdade é que nunca consegui deixar de recordar aquela fabulosa cena do Vasquito e do Anhuka que acontecia sempre depois de tanto se fazer esperar enquanto a menina se exibia no trapézio ou aquela dama mais nutrida, deitada, com as pernas no ar fazia rodar objectos com as mais diversas formas.
Entrava o palhaço rico (Vasquito) e começava a dar música aos oureenses. Vestia roupa de seda (?) com lantejoulas, um barrete, pó de arroz na cara. Era irreconhecível. Os oureenses escutavam embevecidos...
De repente, era interrompido pelo palhaço pobre (Anhuka). Andrajoso, bola vermelha no nariz, calça arregaçada, pelos espetados nas pernas.
Trazia consigo um balde com água, uma cana, ostentando na ponta uma linha, um anzol e uma minhoca. Chegava, poisava o balde e enfiava lá a extremidade do seu instrumento de pesca improvisado.
Os oureenses riam, o rico tudo contemplava desconfiado. E resolveu saber do que se tratava:
- Tu estás a pescar?
- Não.
- Não estás a pescar!!!??...
- Não.
- Mas isso é uma cana...
- É.
- E isso é uma linha...
- É.
- E isto é um anzol...
- É.
- Então, se tu tens uma cana, uma linha e um anzol, estás a pescar...
- Não.
- Então o que estás a fazer?
- Estou a dar banho à minhoca...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Aprenda a escrever bem: Cartucho ou Cartuxo?

Há dias, no Malibu Cola, o Ric Jo deu notável contribuição à correcção ortográfica através de um artigo em que ficou esclarecido que deveríamos escrever oureense e não ouriense pelas convincentes razões aí aduzidas.
Agora, como resultado da apresentação do "Ourém de Ontem", na Som da Tinta, temos esclarecida a forma correcta de escrever o cognome do senhor Manuel. Conta o Sérgio:

Voltei-me para o senhor Manuel e atrevi-me a perguntar-lhe. "com x ou com ch?" Respondeu-me logo com aquele ar que se lhe conhece e admira: "com x, com ch é de polvora e não quero cá cartuchos de pólvora...".
Pronto!, por muitos anos e bons viva o nosso Manuel CartuXo!

Viva!, diz o OUREM.
Fica assim esclarecida mais uma dúvida que atormentava Ourém quase há um século.
E a capa?

Prometido que está um segundo volume para Novembro do próximo ano, para além do conteúdo em termos de texto, temos de pensar noutros pormenores. Por exemplo, a capa...
Manter a anterior dá uniformidade ao projecto, mas tem a desvantagem de fazer confundir o primeiro com o segundo volume. Vejamos outras alternativas...



Gosto muito desta fotografia. Estão ali os Luíses de 48 e o Manel. Na água parece que até existiam peixinhos. O formato faz lembrar um poço. Dirão que o Luís Filipe está um pouco afastado de nós, mas este livro é oferta ao pessoal do Poço, não se referindo apenas a ele...


Uma fotografia interessante seria também a do saudoso e extinto jardim junto à Câmara. Tantas corridas ali fizemos, tantas noitadas...
... e ainda se vê o depósito, estrutura que eu penso que os exterminadores se vão encarregar de afastar dos nosso olhos.



Também a fotografia de grupo do nosso encontro de 2004 tem motivos que levam a considerá-la boa: está lá quase todo o pessoal do poço, está lá o símbolo do nosso mítico palhete e a presença dos anfitriões de ocasião lembra a tradicional hospitalidade oureense.
É possível também a partir da capa de EPs construir uma capa que resulte da sua junção. Enfim, aguardo ideias...
Se algum amigo tiver alguma foto mais interessante, poderia dizer algo...

terça-feira, dezembro 13, 2005

Mais um projecto estórico

Ainda não se calaram os ecos da apresentação do livro “Ourém de Ontem” e já o OUREM pode anunciar mais um estórico lançamento.
Trata-se do segundo volume do “Ourém em estórias e memórias” que manterá, como público alvo, os amigos do Poço e algumas excepções que caibam na limitada edição de cinquenta exemplares (número apurado em rigoroso estudo de mercado levado a cabo por empresa da especialidade) e terá o seu lançamento e apresentação em 4 de Novembro de 2006.
Este volume trará mais algumas estórias do colégio, algumas estórias de Natal, alguma poesia popular oureense, mas será dominado pelas recordações musicais, sendo grande parte dele preenchido pelas memórias vinílicas (atenção! Eu disse vinílicas, sem h portanto, nada de confusões).
Como novidade, há a realçar o facto de ser acompanhado por um CD em que se recuperarão as fabulosas músicas que os oureenses ouviam naquele tempo algumas das quais impostas pelo génio deste melómano incontornável. Avisa-se desde já que algumas dessas músicas serão recuperadas a partir do material original que poderá não estar em muito bom estado, mas uma audição que já fizemos a grande parte indicia que o projecto não envergonhará. Teremos assim as músicas do Central, do Avenida, do desespero, da Feira Nova, das noites de Ourém, da esplanada de Leiria, do Verão na praia, eu sei lá...
O projecto já foi sujeito a estudo de viabilidade técnica e financeira e não foi detectado qualquer obstáculo (à excepção do legal que combate a pirataria musical, mas, no caso vertente, este é irrelevante, pois vamos recuperar material praticamente inexistente e que não se pode confundir com rádio nostalgia ou edições de tops)
Qualquer amigo oureense que queira colaborar com algum texto ou alguma música, ficando assim ligado para todo o sempre (quero lá saber da edição comercial!!!) à produção deste documento, é só dizer (e trabalhar de acordo com isso, sem pôr em causa o projecto).
Este é o presente que, este Natal, o Ourem promete já aos amigos do Poço...
Sempre on

"O senhor Manuel (Cartucho) está sempre on" - diz o Sérgio.
Também já senti isso quando fiz um pequeno contacto com ele, na sua loja. As estórias não paravam, a simpatia era única. Fixei uma pequena charada que está aqui.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Todo o dia me lembrei deles



Estiveram a falar sobre Ourém e os oureenses num domingo em que não pude estar lá.
Possivelmente, deram uma volta a pé pelo burgo.
Deve ter sido um dia muito bonito.
Apesar de materialista em muitos aspectos, associei-me a eles espiritualmente.
E desejo que outros encontros e outros motivos como este nos venham a juntar.

sábado, dezembro 10, 2005

A propósito do Ourém de Ontem, mas ao som do Imagine...

Amigo oureense,
imagina que não tínhamos a Som da Tinta, não é difícil fazê-lo. Não haveria qualquer novidade, qualquer lançamento dos nossos, na nossa terra. Que motivação poderíamos encontrar para aqui andar?
27 anos depois da sua morte, o Sérgio lança em formato de livro, um texto escrito pelo seu pai, Joaquim Ribeiro, a propósito da nossa Ourém. Fá-lo comovidamente e todos compreendemos a paixão que pôs nesta acção. E sentimos todos as suas emoções ao ver a capa, ao ver o primeiro exemplar, a rever a conferência feita pelo pai, a imaginá-lo a contemplar este resultado.
Imagina agora que a nossa Câmara apoiaria o lançamento das obras de outros oureenses. Daqueles não consagrados, daqueles sem grande expressão literária ou comercial, mas que, apesar de tudo, fazem coisas, encontrando-se impossibilitados de as divulgar pelas leis do mercado que envolvem o nosso comportamento e as nossas realizações. Já imaginaste quantos novos autores poderiam por aí florir?
Podes dizer que sou um sonhador, um louco...
Podes dizer que estou a plagiar o Lennon...
... mas que tenho razão, tenho.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Em busca do Km 110

Há dias assim.
Em que vamos a Ourém de raspão, nos lembramos dos nossos amigos e queremos deixar qualquer sinal para eles.
O Sérgio tem razão. O nosso castelo já se vê ao Km 107 e, garanto, mesmo de automóvel. A orientação deve ser um bocadinho diferente da do km 110. Neste, o ângulo de 90 graus relativamente à direcção, permite-nos a desejada visão. Ao 107, devemos usar um ângulo de 45 graus e é apenas um momento.
O dia estava uma maravilha, quentinho. Que pena ter já deixado a nossa Ourém!

Por trás daquela montanha, existe um castelo de fabulosas estórias... Posted by Picasa

Achas que o carro aguenta? Posted by Picasa

Olhem, lá está Posted by Picasa

Foi V. que pediu o Km 110? Posted by Picasa

Ao fundo, é Ourém Posted by Picasa

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Palavras comovidas na Ourém de Hoje




Venho a casa, a correr, para deixar extravasar alguma emoção. E se estou a precisar de escapes para as emoções que se sucedem...

Venho de uma corrida à tipografia, após um telefonema do Paulo a dizer-me que tinha um (o primeiro e por agora único) livro acabado.
Um livro cujo autor é o meu pai, um livro que é, para mim, uma homenagem muito merecida a um homem que amava Ourém como nunca encontrei outro que assim a amasse, um livro que lhe teria dado uma grande alegria saber que viria a ser publicado, 27 anos após a sua morte.
Um livro que vai ser pretexto para um encontro e um convívio sobre Ourém de ontem. E de anteontem, e de hoje e de amanhã. No domingo, 11 de Dezembro, às 16.30

E tenho-o entre as mãos, olhando-o com olhos embaciados...

Sérgio Ribeiro (1)



Sérgio, quero um exemplar devidamente autografado!

(1) in Som da Tinta blog

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Ourém de Ontem, no próximo domingo, 11 de Dezembro, pelas 16.30, na Som da Tinta



Acho um piadão às fotos e outras imagens que têm vindo a ser divulgadas sobre o livro. Nesta, diz-nos o Sérgio:

Joaquim Ribeiro está na primeira fila, com o bandolim, e César (o “Pele-e-osso”) é o que mexe o tacho Lá está o velho César e o Chico ainda miúdo, o António Dias e o António Ezequiel também ainda “cachopos” o António Marinho e o Bento Ferreira; o Figueiredo e o Lúcio; o João da Amélia, eu etc. E à noite, nos meus “aposentos” no Pátio do Artur, houve ceia de chocolate, feito numa panela de 20 litros e bebido por umas chávenas características, cujo nome aqui não posso dizer. Era assim um pouco a vida do nosso tempo de rapazes.


No convite que nos enviou, o Sérgio dizia:

Dia 11 de Dezembro de 2005, Domingo, às 16.30 horas, em Ourém, na Som da Tinta, apresentação do livro de Joaquim Ribeiro, Ourém de Ontem por um painel de oureenses de ante-ontem, de ontem, de amanhã, todos oureenses de hoje (talvez se faça uma visita guiada ao “burgo”… depende de como correr a conversa, e de estar a chover ou não. Mas, isso de certeza, vai falar-se muito, e animadamente, de Ourém e dos oureenses). Apareçam!

Será sem dúvida um bom momento em que hoje se falará sobre a Ourém de ontem...

terça-feira, dezembro 06, 2005

Transferências para as freguesias - 3

Chovem respostas!
Era a expressão acima que eu gostaria de utilizar para caracterizar a adesão dos presidentes das Juntas de Freguesia do nosso concelho às respostas ao inquérito que lhes enviámos (meus ricos 8,8euros!!!) destinado a apurar algumas questões do seu funcionamento e financiamento. Consegui que o inquérito fosse enquadrado numa disciplina da escola de forma a fazer com que os futuros economistas tenham uma visão mais clara dessas questões, mas nem o seu interesse estratégico parece motivar os nossos autarcas.
Neste momento, a taxa de não resposta é elevadíssima cifrando-se em 100% para os autarcas do PS e em 86,6...% para os do PSD.
Claro que o prazo de resposta é até ao próximo dia 15, claro que até lá as coisas podem mudar, mas confesso-me um pouco desapontado.
Mais uma perda para Ourém

Pouco me ocorre em termos de estórias sobre Mestre Bernardino ou, simplesmente Bernardino, como nós usávamos tratá-lo.
Lembro-me de um ano em que a rapaziada do Poço fez uma visita ao seu local de habitação e exposição na Corredoura. Ainda estava todo direito, cheio de força. Recebeu-nos calçando uns patins de madeira e mostrou-nos alguns dos seus cantos preferidos: um miradouro numa árvore e a sua gruta, um buraco pela terra dentro onde se atreveu a instalar um quarto. Impressionado pela ideia, eu próprio já tenho uma espécie de gruta na minha casa em Ourém. Nesse dia, não faltaram os tradicionais pastelinhos do Poço, a água pé, enfim coisas boas de Ourém.
Outra recordação é bem mais difusa. Reporta-se a um jogo de hóquei do Atlético disputado no campo que inicialmente foi da Juventude, lá para finais da década de cinquenta, inícios de sessenta. O Bernardino trabalhava mesmo em frente a esse campo. E nessa ocasião estava a esculpir em madeira um busto à sua imagem. Nós contemplávamos mais a obra do que o jogo e, ao vitoriar os jogadores, com certeza que também estávamos a vitoriar aquele magnífico artista...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Aspectos da separação social na Ourém de Ontem

É já no próximo domingo, pelas 16h30m, que a Som da Tinta procede ao lançamento do livro de Joaquim Ribeiro "Ourém de Ontem".
Eis uma passagem interessantíssima que roubámos ao Ourém Outrora:
Nesses tempos recuados havia em Ourém uma certa separação de classes, mais acentuada do que hoje mesmo. Davam-se bailes ali num primeiro andar da Praça onde só entrava o sangue azul e os altos funcionários. Em algumas casas particulares, reuniam-se para o mesmo fim comerciantes, um empregado ou outro mais “crescido” e os funcionários de menor categoria. Na associação dos Caixeiros reunia-se “a meia tigela” como se dizia, e lá para o Zé Couto e Aldeia dos Álamos a coisa descia mais ainda, em categoria, claro.

Em futuros posts traremos mais referências a este livro que nos traz uma Ourém que adorávamos...

30000

Estamos a chegar aos 30000 acessos ao OUREM. Lentamente aproximamo-nos desse número.
Vamos, se as estatísticas do blogger estiverem actualizadas, no artigo (post) 1889.
Iniciámos em 17 de Julho de 2003 onde dissémos:
Tenham paciência

Isto vai, mas é devagarinho. Até posso estar uns dias sem me apetecer pôr aqui qualquer coisa.
Vamos até Ourém nos anos de 1972 a 1975.
Agora ainda me encontro lá com alguns como o Julito, o Quim, mas a terra fugiu-me quase completamente.
Vou tentar recuperar artigos do "Notícias de Ourém" e do "Ourém e seu concelho" dessa época. Vou opinar que quem tem governado Ourém estragou aquilo tudo porque não era da terra, faltava-lhe algo como o amor a. Procurarei mostrar algumas coisas que não podem ser destruídas.
E não se esqueçam: ainda estou a aprender utilizar isto
Até breve
Com o tempo, os objectivos mudaram. Recordámos muitos dos momentos que passámos na nossa juventude. Assistimos à degradação de Ourém operada pelo poder dominante e criticámo-la veementemente. Apoiámos o Sérgio para o Parlamento Europeu. Participámos nas autárquicas. Elaborámos um livro para os amigos do Poço.
O futuro é uma incógnita já que a inspiração não é grande. Mas há mais de um ano tentámos matar o blog e não conseguimos. Por isso, em princípio, ele ficará, arrastando-se, mas, por vezes, embora cada vez mais raramente, será forte e acutilante...

domingo, dezembro 04, 2005

Pilita de Fátima


Pilita Posted by Picasa

Olá!
Apresento-vos a Pilita, uma gatinha que vive em Fátima.
É muito mansinha, mas tem o malvado hábito de começar a lamber as mãos de quem pega nela e não parar. É uma manifestação de ternura, mas prefiro as traquinices da Pipoca, que já conhecem, que gosta muito de deixar rasgãozinho na nossa pele ou os dentinhos bem marcados, para além de fazer isso com as orelhas para trás e uma terrível cara de furor.
E, para Domingo, o blog está actualizado...

sábado, dezembro 03, 2005

O presidente David corta o pio aos vereadores da oposição – 2

Parece-me óbvio que o magnífico presidente pretende jogar na desmotivação para eles se afastarem e ele poder dizer mais tarde que eles se afastaram e não ligaram nenhuma à Câmara.
Como combater isto?
Ocupar instalações municipais? As do presidente e do PSD? Não estou de acordo, daria azo à intervenção das forças de repressão e viraria a população contra a oposição.
Mas por que não organizar uma vereação sombra onde a oposição recebesse as pessoas com queixas, processos e outros assuntos, os levasse às tais reuniões regulares e onde procedesse a verdadeiros debates com a população sobre os seus problemas? Não vejo razão para a ideia do forum municipal morrer só porque o PS não venceu. Aquele espaço que funcionou como sede de candidatura era óptimo, está mesmo frente à Câmara. Instalar lá uns telefones, um ou dois computadores, fotocopiadoras também não era nada que se visse para os fundos do partido do Eng. Sócrates...

sexta-feira, dezembro 02, 2005

O Presidente David corta o pio aos vereadores da oposição

É o que pode concluir-se desta interessante notícia do blog do NO.
Que me desculpem os ditos vereadores, mas eu acho muito bem. Mais, eu penso que o venerado presidente os devia impedir de entar na Câmara. Eles não têm pelouros, logo não têm que se manifestar sobre a vida municipal. A Câmara pertence ao Presidente David e ao PSD, estes não têm de abrir mão dos seus recursos para a oposição que, pela certa iria fazer campanha contra eles.
Eu nem sei porque é que ainda lhes pagam salário.
E talvez fosse higiénico impedir os ditos vereadores e todos os que estão contra o famigerado presidente de entrar em Ourém ou de aplicar uma taxa de entrada diferenciada para apoiantes e não apoiantes. Era possível que a mesma ajudasse a tapar o monumental buraco que aí vem por causa aceitação de obras mal feitas no parque linear que estão agora a mostrar as suas consequências e, finalmente, o carácter eleitoralista das mesmas...

De como o jovem bombista tornou o prato voador



Houve um ano que o Jó Rodrigues esteve como aluno interno no CFL. Torná-lo mais estudioso, dar-lhe mais gosto por essa actividade seriam os objectivos, porque esperteza e inteligência não lhe faltavam.
Aquilo foi para o Jó como uma prisão. Ali fechado, dia após dia, foi acumulando feridas contra o colégio, que tardou a largar.
Contaram-me que uma vez a refeição era tão má que ninguém a conseguia tragar. Uma espécie de massa com carne ou carne com massa de sabor pouco agradável e a tender para o intragável.
O Jó não esteve com meias medidas. Janela aberta, a massa e respectivo prato voaram a boa velocidade para o exterior e os nossos amigos ficaram livres daquele cheiro nauseabundo.
O pior é que não esperavam o que ia passar-se. Como neste mundo tudo o que pode acontecer de mau acontece, mesmo sem o prevermos, o assunto não ficou por aqui porque prato e massa cairam em cima do Dr. Armando, a partir do primeiro andar, que, passado alguns segundos, chegava ao refeitório coberto de massa, ainda com bocadinhos de cacos, a pedir contas de um acto tão cobarde...
O ressentimento do Jó relativamente ao CFL não se ficou por aqui. Em férias, nomeadamente, nas de Carnaval, aquelas bombinhas típicas da época serviam para, lá para as dez da noite, em passeio de distintos oureenses por tão prestigiado local, assustar os habitantes daquele espaço, após brutal e inesperada deflagração sob as arcadas a que se seguia pronta correria na direcção do Central enquanto o director do colégio procurava a sua espingarda e o seu Peugeot para iniciar a perseguição a gente tão selvagem....
Manhãs de Ourém


O Castelo das brumas Posted by Picasa

Esta envolvência do CAstelo pelas nuvens é vulgar, mas recorda-me outros tempos de Ourém, em que pelas minhas manhãs passavam sons de canções que já não sei reproduzir na sua totalidade (se quiserem podem dar uma ajuda nos comentários). Ora oiçam:

Ó mulher, eu dou-te umas meias...
Isso não, maridinho, isso não, isso não
Que me fazem as pernas feias
Dá-me antes um litro de vinho
Água fria faz-me mal
Isso sim, maridinho

Ó mulher, eu dou-te um burrinho
Isso sim, maridinho, isso sim, isso sim
Que dum lado leva o pão
E do outro lado leva o vinho
E eu também vou no burrinho
Isso sim, maridinho,
Isso sim, maridinho,
Isso sim, maridinho...

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Sinais do declínio

- Ana, o pai caiu no chão quando ia para a bica.
Lembro-me de mensagens deste tipo referentes aos velhotes da família quando eu era mais novo. Na altura pensava: “ainda falta muito tempo para lá chegar. Vou ser sempre ágil”.
A realidade começa a desmentir-me. Há dias, em caminhada para o Bairro Alto por aquelas ruas apertadas de eléctricos, automóveis, etc., não levantei suficientemente o pé, bati no passeio e, não fosse uma protecção lateral no mesmo lá ia para o chão. Ontem, foi mais a cena do mesmo género: ir à bica à noite, atravessar a estrada e pé insuficientemente levantado. Como ando rápido foi projectado contra a rede que nos separa da linha do comboio. Mas desta vez foi mais a sério: braço direito magoado, coluna cheia de dores, um dedo do pé que não me largou toda a noite. Enfim, começo a pensar em mudar de planeta...

quarta-feira, novembro 30, 2005

Um cartão de visita


O amigo Tobi Posted by Picasa

Olá.
Este é o Tobi, o canito mais simpático de Fátima.
Não se revoltem por estar preso, é uma forma de lhe preservar a integridade física.
O Tobi tem pancada. Para além da saudável que o leva a pôr-se em pé ao nosso menor gesto, louco de contente, mal se apanha solto, foge e candidata-se a ser atropelado pelos compreensivos condutores da povoação. Depois, fica uns dez dias fora de casa, a vadiar e, quando regressa, vem numa lástima...

Chegada imprevista



Jogava-se à batota na encosta do moinho. Já nem me lembro como aquilo se chamava, mas também não é importante para o caso. Uma espécie de póker de vozes.

- Aposto um tostão...

- Aposto dois tostões...

Ouve-se alguém de voz forte lá atrás.

- E eu aposto 25 tostões.

O Manel nem olhou.

- Não me aguento com a tua aposta.

De repente, ficou hirto e rígido… o silêncio apoderou-se do local. 
Os olhos começaram a subir e a ver aquela figura volumosa, por vezes irascível, furibunda.

TERROR! 
Era o Dr. Armando...

A descida da encosta foi feita em passo de corrida a caminho das aulas, não caísse alguma mão pesada em cima do que não fosse suficientemente lesto...


terça-feira, novembro 29, 2005

Imagem da noite em Ourém


Escura como breu Posted by Picasa

Apenas a iluminação de Natal traz alguma alegria a este local. Mas, a contrastar com a quadra, lá ao fundo, bem audível, sente-se um som tropical:

Rapariga de programa
Não sei que mais lhe fazer
Ela está na minha cama
Eu não paro de a comer

A aula de ginástica

O ginásio do CFL ficava mais junto ao pinhal e no caminho para os moinhos e, semanalmente, lá tínhamos a aula de ginástica, vestidos a rigor: calção, blusa e sapatilhas imaculadamente brancos. No Inverno a tiritar de frio, imaginem o que aquilo era.
E ainda me lembro do Dr. Albano:
- Façam agora alguns abdominais. Se repetirem este exercício regularmente, ganharão tal músculo, aí, na zona da barriga, que nunca terão hérnias. Deitem-se no chão, elevem lentamente as pernas a uns 45 graus, parem por uns momentos e aguentem, depois, lentamente, deixem-nas descer.
O amor do Dr. Albano ao desporto era reconhecido por todos, chegando inclusivamente a publicar, na época, artigos a fomentar a sua prática entre os jovens. Vejam este pequeno texto do NO:
Rapazes de Ourém, criai animo, subjugais o vício, ou melhor, os vícios, ponde de arte essa indiferença pelas coisas da vossa terra, dedicai umas horas ao desporto e vós encontrareis sempre quem vos guie.

Rapazes de Ourém o vício arruína-vos, o vício arruína a vossa família, o vício conduz sempre à degradação moral.

Praticai desporto e voltareis a ter saúde; praticai desporto e vivereis alegres; praticai desporto e vereis a vossa família cheia de vida gozando o que de melhor temos nesta vida – saúde (1).
Mas, num dia de Inverno, bem chuvoso, não tivemos aula. Por qualquer motivo, o senhor teve de faltar e ali estávamos cheios de frio sem saber o que fazer. Logo alguém se lembrou:
- Vamos lá para fora jogar à bola.
Como era muito frio, vestimos a roupa da semana e lá fomos para o lamaçal. Eu gostava tanto das sapatilhas brancas que resolvi ir jogar com elas já que as botas eram bem pesadas.
Fui uma hora magnífica, bem quentinha. NO final calculam como ficaram as sapatilhas. A mãezinha lá em casa tratou de devolver tudo à sua cor original. Sem um queixume, sem uma reprimenda...

***

Serão na casa dos meus tios na Rua de Santa Teresa.
A tia Elvira e a minha mãe falavam. O meu tio Abel preenchia aquelas horrorosas folhas de contabilidade com caracteres desenhados que me faziam monumental impressão. Como é que ele conseguia?
De repente, interrompeu a conversa delas, olhou por cima dos óculos e ergueu a voz:
- Fui hoje ao colégio levar uns papéis. Estavam lá uns rapazes a jogar à bola no recreio. Tudo bem, porque estavam fora de aulas. Mas havia um, o único que me chamou a atenção. Estava de sapatilhas brancas. A estragá-las... era o único. Todos os outros tinham o calçado normal, só tu é que estavas assim. Não tens vergonha?
Fogo!
Que monumental desanda! Que gente tão severa e ao mesmo tempo de quem gostávamos tanto! Chegou até hoje...

segunda-feira, novembro 28, 2005

Ó rama, que linda rama!


Tanta hora que trabalhei Posted by Picasa

Ó rama, que linda rama!,
Ó rama de oliveira,
Quatro litros de azeite
Por uma jornada inteira
O Horizonte


E que avistas desse teu local? Posted by Picasa

Já vejo a minha Ourém
Do cimo desta oliveira
Que bom é ser livre um dia
Não estar presa a vida inteira

domingo, novembro 27, 2005

Xico de Santo Amaro, 26 de Novembro de 2005

Todos temos monumental estima por ele.
E este convívio, cujo segredo foi tão bem guardado, foi das coisas que ele mais desejaria.
Homenagem? Que palavra tão formal!
Para ali fomos, uns 250, com carros à porta, a pensar que ele não desconfiaria de nada.
Teve o desplante de dizer que "só era surpresa para quem se deixa surpreender...".
O texto dito pelo Manuel Freire era magnífico bem acondizer com este amigo que começa a olhar o nosso Castelo logo no quilómetro 110 (eu já o avisto no 108, embora não tão ostensivamente).
Ficam algumas imagens...

Não façam barulho. Ele não pode desconfiar de nada... Posted by Picasa

É ele! Apanhámo-lo Posted by Picasa

Olá, o que estão a fazer aqui? Posted by Picasa

Cumprimentou os amigos um por um Posted by Picasa

O NA apresenta a conta ao Sérgio Posted by Picasa
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