segunda-feira, fevereiro 18, 2008

A grande assembleia


Era o grande dia da assembleia anual dos criadores de cabeças de gado.
Nela tinham lugar os rancheiros da região quotizados para a associação, o governador Ó Bössta (na qualidade de rancheiro e governador) e respectivos ajudantes. A assembleia era aberta aos populares que quisessem assitir e à imprensa local. Como se sabe, era presidida por Linda Simon, fiel seguidora de Ó Bössta.
Não era muito diferenciado o perfil dos rancheiros da associação. A grande maioria, sedenta dos seus favores, apoiava Ó Bössta. Nela havia pessoas com valor, é certo, mas a sua fidelidade ao governador deitava tudo a perder. Os restantes, mais fracos em poder de decisão e em poder económico, não conseguiam que as decisões da asssembleia os beneficiassem. A sua fragilidade organizativa era enorme e potenciada pela incapacidade de impor decisões contrárias à vontade de Ó Bössta.
A Assembleia que estamos a relatar estava relativamente bem frequentada. Na mesa da presidência, Linda Simon deu a palavra a uma rancheira proveniente das proximidades de Peaceful City e esta resolveu ler uma passagem da “Antologia poética do cowboy solitário”:
Gosto de ouvir os tiros
Dos cowboys enquanto partem
Arrancando mil suspiros
Aos corações que ardem

Trouxeram manadas de gado
Beijaram meninas que adoram
Vão para o solitário fado
Enquanto elas, tristes, choram
Quase todos apaludiram com gosto aquele momento de poesia protagonizado por Lass Carina, mas a voz de um rancheiro recentemente instalado na reunião fez-se ouvir:
- Estão aqui os maiores rancheiros da região, os maiores produtores de gado, vejo-os com estas tretas, ou envolvendo-se em negócios que só os beneficiam. Lá fora, o povo não tem trabalho, morre de fome e não fazem nada para o tirar dessa situação.
Ó Bössta ficou logo em guarda com estas palavras.
- Seu arruaceiro! Não venha para aqui com essa conversa...
Mas Lex Videra continuou alto e bom som a denunciar o comportamento daquela assembleia. Do outro lado, Mickel Sleeves levantou-se e afirmou:
- As suas palavras não valem nada, são completamente inúteis e não servem a nossa cidade. Ainda há dias, matámos uma vitela e distribuímos os bifes pelos quinhentos pobres da região. Você é mouco e deve estar louco...
Mas Videra continuou, não dando qualquer importância às palavras de Sleeves entendendo que elas eram um convite a que os pobres permanecessem sempre pobre. No fundo da sala, junto da imprensa local, Serge Would Do tomava notas sobre tudo o que se passava.
Nisto, Ó Bössta perdeu a paciência. Virou-se para os seus lacaios e gritou:
- Abatam-no!
Foi o pânico na assembleia. Farison e companhia tentaram sacar das armas, mas Videra foi mais rápido e desarmou-os com vários tiros. Depois, saltou do seu lugar, agarrou Linda Simon e apontou a arma aos restantes.
- Vamos. Atrevam-se...
Recuou, mantendo-a envolvida com o braço direito sob o busto enquanto sentia o seu arfar, conduziu-a até ao cavalo, deu três tiros para o ar e espantou os cavalos dos outros rancheiros, montou, pegou em Linda e arrastou-a consigo, cavalgando para a saída da cidade.
- Apanhem-no! – gritou Ó Bössta – O malvado espantou as nossas montadas.
E enquanto tentavam apanhar as montadas, Videra, fugiu para longe da saída, levando Linda consigo como refém.
Que iria passar-se? Seria Videra apanhado? Libertaria Linda? E que faria Would Do? Não deixe de seguir mais esta formidável estória de Golden City...

1 comentário:

Anónimo disse...

Andas mesmo inspirado. Ótimo!
Vai afinando a pontaria...
Acabo dechegar da reunião semanal do JO, depois de ter estado, ao começo da noite, no treino com o Mister Jorge Vicente. Isto vai, isto vai. Esperamos que tenha sido o "abanão dado a tempo"... mas não à salazarenta maneira. Mas o que mais dificulta são os (des)apoios que temos. De qq modo, sublinho que a anterior equipa técnica foi verdadeiramente impecável. Faltou-lhe ao longo das jornadas, a "estrelinha" que já conseguimos ter em Vale de Cambra.

Quanto ao Som da Tinta são outros contos... ou euros! E os mesmos (des)apoios. No fim do mês, volto ao blog (o meu 1º) para fechar a viagem no cavalo de pau que, aliás, já está concluida com 4 "posts" que antecipei no anónimo.
Aqui fica um pouco de paleio sobre a "nossa terra".
Um abraço amigo

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