Naquele dia, a Cietezinha estava muito triste no quintal da sua casa na vila medieval de Ourém. Sentou-se num banco com um ar sonhador…
«Oh! Quem me dera um cavaleiro andante para me levar com ele e distrair a minha alma! Nesta terra não acontece nada de interessante.»
Pegou num pequeno livro de poesia e sentiu o seu coração pulsar ao ler:
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
«Oh! Como tudo isto é triste nesta Ourém tão isolada. Preciso de algo que me devolva a vida».
Procurava alguma coisa que fazer uma vez que já tinha estudado toda a matéria das aulas. Em cima de uma mesa, viu uma pequena revista.
«Olha! A Crónica Feminina… tão giro…».
Voltou ao banco do quintal e pôs-se a folhear a pequena revista.
«Que conselhos tão úteis! Ainda vou aprender a fazer bolos à conta desta revistinha…».
Mais à frente, viu a fotonovela da revista.
«Que maravilha! Como eu gostava de participar numa fotonovela!... Deve ser tão fácil e interessante. Pomo-nos na posição, eles tiram a fotografia e passa-se à próxima cena. Quem diria que daqui a uns sessenta anos há as telenovelas horrorosas em que têm de filmar tudo».
Foi ter com a Ceuzinha.
- Sabes o que me lembrei que nós podíamos fazer? Uma fotonovela…
A Ceuzinha ficou admiradíssima.
- Repete lá que não percebi…
- Podemos fazer uma fotonovela. Arranjamos um argumento e um ou dois daqueles rapazes estúpidos de Ourém, contratamos o fotógrafo e depois é só juntar uma legenda. Publicamos e pomos à venda no Central…
- Minha irmãzinha está louca. Passou-te alguma coisa pela cabeça à hora de almoço?
- Não. Estive a ler a Crónica Feminina que traz uma fotonovela muito gira. Nós podemos fazer melhor…
- Mostra cá…
A Céuzinha pôs-se a consultar a Crónica Feminina e, no final, afirmou:
- Na realidade, é uma ideia interessante. E já pensaste no argumento, no elenco…?
- Contratamos o Estorietas para o argumento…
- Huuummmm…. Não serve. É demasiado meloso…
- Então, quem? O João?....
- Esse não larga o cão. Estragava as fotos todas…
A Ceuzinha continuou a folhear a Crónica e, de repente, pareceu ter uma ideia fantástica.
- Olha aqui. Este anúncio…
«Procuram-se artistas para as fotonovelas da Crónica Feminina
Se gostas das nossas fotonovelas e queres participar em alguma, envia-nos uma foto tua para a redação desta revista. Não precisas de sair da tua terra, a nossa equipa procurar-te-á e escolherá os cenários mais idílicos».
A Ciete ficou extasiada.
- Ena! Posso vir a ser uma grande artista… e nem é preciso sair da terra.
- Antes isso que andar a dar aulas de Matemática a burros…
- Mas eu estou ansiosa por viajar. Apesar de tudo, vou já inscrever-me.
E, no dia seguinte, o seu primeiro passo foi ir aos correios da vila para enviar uma carta de candidatura a artista de fotonovelas da Crónica Feminina…
Procurava alguma coisa que fazer uma vez que já tinha estudado toda a matéria das aulas. Em cima de uma mesa, viu uma pequena revista.
«Olha! A Crónica Feminina… tão giro…».
Voltou ao banco do quintal e pôs-se a folhear a pequena revista.
«Que conselhos tão úteis! Ainda vou aprender a fazer bolos à conta desta revistinha…».
Mais à frente, viu a fotonovela da revista.
«Que maravilha! Como eu gostava de participar numa fotonovela!... Deve ser tão fácil e interessante. Pomo-nos na posição, eles tiram a fotografia e passa-se à próxima cena. Quem diria que daqui a uns sessenta anos há as telenovelas horrorosas em que têm de filmar tudo».
Foi ter com a Ceuzinha.
- Sabes o que me lembrei que nós podíamos fazer? Uma fotonovela…
A Ceuzinha ficou admiradíssima.
- Repete lá que não percebi…
- Podemos fazer uma fotonovela. Arranjamos um argumento e um ou dois daqueles rapazes estúpidos de Ourém, contratamos o fotógrafo e depois é só juntar uma legenda. Publicamos e pomos à venda no Central…
- Minha irmãzinha está louca. Passou-te alguma coisa pela cabeça à hora de almoço?
- Não. Estive a ler a Crónica Feminina que traz uma fotonovela muito gira. Nós podemos fazer melhor…
- Mostra cá…
A Céuzinha pôs-se a consultar a Crónica Feminina e, no final, afirmou:
- Na realidade, é uma ideia interessante. E já pensaste no argumento, no elenco…?
- Contratamos o Estorietas para o argumento…
- Huuummmm…. Não serve. É demasiado meloso…
- Então, quem? O João?....
- Esse não larga o cão. Estragava as fotos todas…
A Ceuzinha continuou a folhear a Crónica e, de repente, pareceu ter uma ideia fantástica.
- Olha aqui. Este anúncio…
«Procuram-se artistas para as fotonovelas da Crónica Feminina
Se gostas das nossas fotonovelas e queres participar em alguma, envia-nos uma foto tua para a redação desta revista. Não precisas de sair da tua terra, a nossa equipa procurar-te-á e escolherá os cenários mais idílicos».
A Ciete ficou extasiada.
- Ena! Posso vir a ser uma grande artista… e nem é preciso sair da terra.
- Antes isso que andar a dar aulas de Matemática a burros…
- Mas eu estou ansiosa por viajar. Apesar de tudo, vou já inscrever-me.
E, no dia seguinte, o seu primeiro passo foi ir aos correios da vila para enviar uma carta de candidatura a artista de fotonovelas da Crónica Feminina…
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