terça-feira, janeiro 10, 2006

O dia em que lhe deixei um bilhete escondido entre os livros

Fiquei a tremer que nem varas verdes. E se ela fosse queixar-se ao boçal director?...
Mas nada disso aconteceu.
O tempo foi passando e um dia chegou a ansiada resposta: “foi para mim uma surpresa... não sei, deixa-me pensar... apesar de tudo dou-te algumas esperanças (são tramadas, nunca dizem que não)... quando me vires, procura-me...”.
Imaginam o sofrimento a partir daí. Quando a veria, quando voltaria a Ourém?
Até que o belo carro negro desceu a encosta e a reaproximou do ponto de encontro. Apanhei-a imediatamente.
- Então? Já tens uma resposta?
- Não sei, deixa-me pensar.
E foi-se. Deixei-a pensar.
Subi a encosta do moinho, contemplei Ourém.
Senti-me levado no espaço, voar...
De repente, uma voz sussurrou-me um "não". Estava à beira de um abismo. Precipitei-me por ali abaixo. Já não vogava pelos ares, caia...!!!
O meu corpo deu um esticão terrível, senti todo o esqueleto a expandir-se. E então acordei. Tinha estado a sonhar. Com a Ourém de outro tempo. De onde tantos já partiram, que não voltarei a encontrar, apesar de esse não ser o meu desejo...

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...