Não há dúvida que este Governo não pára de acossar a Constituição. É um Governo eleito democraticamente no quadro constitucional em vigor, mas perfilha uma ideologia (que escondeu ao eleitorado) que procura atingir objetivos (eliminar empresas menos eficientes, baratear salários, despedir funcionários públicos e arrasar reformados) que aquela não permite. Aí as razões para atacar a Constituição e os seus defensores.
Os juízes do TC têm o destino marcado. Depois da função pública, depois dos reformados, irão sentir no pelo o que custa enfrentar uma seita com agenda própria suportada no protetorado troikiano. Deixem o Governo ganhar balanço, confiança, novo trimestre com indicadores positivos... verão quem vai ser acusado de bloquear a recuperação, a modernização de Portugal.
O Governo não pode aumentar impostos, não pode baixar salários, resta-lhe despedir quem tem à mão e nem isto o TC admite. É demais! Há que acabar com a Constituição, correr com os juízes e, depois sim, executar a política necessária para nos pôr no caminho certo, o caminho do crescimento à conta da miséria dos que trabalham, uma espécie de escravatura generalizada, excluídas as luminosas criaturas da seita. Para isso, também pode deitar a toalha ao chão, mostrar que, no contexto actual, o país é ingovernável e é-o de facto se insistirem nesta política no quadro constitucional vigente.
Tudo isto significa que os próximos tempos são uma incógnita onde todos os cenários são possíveis e nos quais deveria fazer sentido o pragmatismo de uma unidade das esquerdas com o objetivo de fazer crescer o emprego, aumentar a produção nacional, desenvolver o mercado interno, satisfazer as necessidades coletivas e acabar com o flagelo da função pública
Sem comentários:
Enviar um comentário