No primeiro sábado deste Novembro nevoento, um grupo de cerca de vinte oureenses, quase todos nascidos no final da década de quarenta, reuniu-se junto à antiga casa do Manuel do Raul.
Após controlo de presenças, o grande chefe anunciou:
- Meus amigos, este ano vamos proceder a uma invasão da quinta do Valbom onde nos espera um delicioso pequeno almoço. A caminho…
E fomos por ali acima direitos a Santo Amaro, estacionando nas imediações da quinta. A aproximação foi feita em ritmo lento mas seguro, nada comparável à invasão de Alcochete.
- Ali está – disse o grande chefe.
Começámos a entrar e logo se ouviu:
- Béu! Béu!
Um belo canino amarelado olhava-nos com ar de poucos amigos. Todos se meteram com ele pois estava preso e não tinha corrente suficiente para esfacelar as pernas de algum dos septagenários.
Mas, mais à frente, apareceu uma figura muito amistosa:
- Venham à vontade tomar o vosso pequeno almoço.
E fomos por ali dentro apreciando tudo o que nos era dado ver. Um anúncio de uma antiga taberna. Um lagar para pisar uvas, imensos objetos interessantes. Lá à frente uma sala com três mesas enormes, muitas cadeiras e o simpático convite:
- Podem sentar-se. Comam, divirtam-se eu ainda tenho um bocado de borrego guisado que vou trazer.
O ataque às chamuças, pastéis de bacalhau, rissóis e brindeiras de mel e canela processou-se logo, bem acompanhado por excelente Medieval da lavra do Luís Sampaio Reis.
Mas que amabilidade a do nosso anfitrião! Eu acho que nunca fui tão bem tratado em Ourém. Cabe dizer que o José Carlos de Oliveira Santos confraternizou, nos nossos catorze / quinze anos, com muitos de nós, sendo até conhecida uma fotografia em que ele e o célebre João Passarinho faziam mil tropelias em cima de um simpático burro que nem queixar-se podia tal era o peso.
E o borrego estava divinal como podem ver na foto que com certeza vão invejar.
Bem comidos, o anfitrião contou-nos um pouco da história daquele espaço.
- Sabem, esta quinta foi comprada pelo meu avô ao Álvaro Mendes (posso estar a indicar mal o nome). Mas era adorada pelo padre Ferreira.
- O padre Luís Ferreira.
- Sim ele morreu há algum tempo e consta que gostava tanto deste espaço que, de quando em quando, sente-se a sua alma a passar por aqui.
Comecei logo a sentir coisas. Então aquela sala estava assombrada e logo pelo terrível padre Luis Ferreira, o homem que de antes do 25 de Abril me perseguia com artigos reacionários na imprensa local, o homem que utilizava a liberdade trazida naquela data para tentar combater os que a queriam gozar. O mesmo Luís Ferreira (LF) que há uns dez anos me acusou de o querer enviar para o Campo Pequeno. Não, aquela casa tão acolhedora não pode estar assombrada por aquela alma que eu considerava de todo maquiavélica…
Afastei rapidamente aquele pensamento e o leve esvoaçar que se sentiu na sala permitiu ver que a maléfica presença se tinha evadido.
O simpático anfitrião concluiu a sua narrativa e o grande chefe do Poço aproveitou para fazer a história de como os nossos encontros terão começado. Foi um momento empolgante, muito sentido que terminou com mais um convite:
- Tenho aqui um bolo para comemorarem os vossos 34 encontros. Podem comê-lo já, mas será melhor fazerem o vosso almoço e virem cá depois para o saborearem.
Claro que o grande chefe convidou aquela simpática criatura e a esposa para o nosso almoço, convite que foi declinado por motivo de outros compromissos,
Antes de sairmos ainda pudemos ouvir a história de amor que uniu aquele simpático casal e os trouxe até à nossa terra para nos poder ofertar maravilhas como a que de ontem fomos objeto. Já não há pessoas assim…
Após controlo de presenças, o grande chefe anunciou:
- Meus amigos, este ano vamos proceder a uma invasão da quinta do Valbom onde nos espera um delicioso pequeno almoço. A caminho…
E fomos por ali acima direitos a Santo Amaro, estacionando nas imediações da quinta. A aproximação foi feita em ritmo lento mas seguro, nada comparável à invasão de Alcochete.
- Ali está – disse o grande chefe.
Começámos a entrar e logo se ouviu:
- Béu! Béu!
Um belo canino amarelado olhava-nos com ar de poucos amigos. Todos se meteram com ele pois estava preso e não tinha corrente suficiente para esfacelar as pernas de algum dos septagenários.
Mas, mais à frente, apareceu uma figura muito amistosa:
- Venham à vontade tomar o vosso pequeno almoço.
E fomos por ali dentro apreciando tudo o que nos era dado ver. Um anúncio de uma antiga taberna. Um lagar para pisar uvas, imensos objetos interessantes. Lá à frente uma sala com três mesas enormes, muitas cadeiras e o simpático convite:
- Podem sentar-se. Comam, divirtam-se eu ainda tenho um bocado de borrego guisado que vou trazer.
O ataque às chamuças, pastéis de bacalhau, rissóis e brindeiras de mel e canela processou-se logo, bem acompanhado por excelente Medieval da lavra do Luís Sampaio Reis.
Mas que amabilidade a do nosso anfitrião! Eu acho que nunca fui tão bem tratado em Ourém. Cabe dizer que o José Carlos de Oliveira Santos confraternizou, nos nossos catorze / quinze anos, com muitos de nós, sendo até conhecida uma fotografia em que ele e o célebre João Passarinho faziam mil tropelias em cima de um simpático burro que nem queixar-se podia tal era o peso.
E o borrego estava divinal como podem ver na foto que com certeza vão invejar.
Bem comidos, o anfitrião contou-nos um pouco da história daquele espaço.
- Sabem, esta quinta foi comprada pelo meu avô ao Álvaro Mendes (posso estar a indicar mal o nome). Mas era adorada pelo padre Ferreira.
- O padre Luís Ferreira.
- Sim ele morreu há algum tempo e consta que gostava tanto deste espaço que, de quando em quando, sente-se a sua alma a passar por aqui.
Comecei logo a sentir coisas. Então aquela sala estava assombrada e logo pelo terrível padre Luis Ferreira, o homem que de antes do 25 de Abril me perseguia com artigos reacionários na imprensa local, o homem que utilizava a liberdade trazida naquela data para tentar combater os que a queriam gozar. O mesmo Luís Ferreira (LF) que há uns dez anos me acusou de o querer enviar para o Campo Pequeno. Não, aquela casa tão acolhedora não pode estar assombrada por aquela alma que eu considerava de todo maquiavélica…
Afastei rapidamente aquele pensamento e o leve esvoaçar que se sentiu na sala permitiu ver que a maléfica presença se tinha evadido.
O simpático anfitrião concluiu a sua narrativa e o grande chefe do Poço aproveitou para fazer a história de como os nossos encontros terão começado. Foi um momento empolgante, muito sentido que terminou com mais um convite:
- Tenho aqui um bolo para comemorarem os vossos 34 encontros. Podem comê-lo já, mas será melhor fazerem o vosso almoço e virem cá depois para o saborearem.
Claro que o grande chefe convidou aquela simpática criatura e a esposa para o nosso almoço, convite que foi declinado por motivo de outros compromissos,
Antes de sairmos ainda pudemos ouvir a história de amor que uniu aquele simpático casal e os trouxe até à nossa terra para nos poder ofertar maravilhas como a que de ontem fomos objeto. Já não há pessoas assim…
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