Discurso da impotência
Afinal, o senhor ministro disse que já vamos crescer 2% em 2005, que a culpa dos males do país é do funcionalismo público e dos reformados, que vai mexer nos escalões do IRS para corrigir distorções e que, se for preciso, fura a recomendação sobre o défice.
Cremos que se trata de um verdadeiro discurso de impotência.
O número avançado para o crescimento está ali como podia estar outro qualquer, não há nada que o suporte nem sequer as perspectivas internacionais, é a manifestação de um desejo.
Os eternos culpados, funcionalismo público e reformados, continuarão a sê-lo para justificar o amor-próprio de uma classe empresarial que não gosta de arriscar e que, fechando a torneira do salário ou da pensão do reformado, quer abrir a do subsídio à empresa mal gerida.
A mexida em escalões de IRS beneficiando apenas os que se encontram perto dos limites dos escalões anteriores, podendo fazê-los baixar de escalão, não tem nada a ver em termos de efeitos com o mexer numa taxa que beneficiaria todos os que pagam impostos.
Depois destes sacrifícios todos, vemos que o défice continua a atormentar os portugueses. Então, não está controlado, ele foi escondido sob aquelas receitas extraordinárias...
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