Um dia, uma das damas do Castelo passeava pelo campo, envolvida nas mais nostálgicas recordações de infância e dirigiu-se até às ruínas da capela de São Sebastião. Mal sabia que ia ser protagonista de uma estória muito estranha.
Chegado três dias antes a Ourém, o João seguiu-a e fez-se acompanhar de um presa canario adquirido recentemente. Que teria ele em mente?
Perto das ruínas, a pobre Ciete vagueava sem se aperceber do perigo que corria. De repente, o cão surgiu-lhe por trás e rosnou-lhe. Ela ficou paralisada.
- Ai! O que é isto?
Num derradeiro esforço, tentou correr, tentou fugir do cão, mas este perseguiu-a e rapidamente filou a sua perna com a boca obrigando-a a deter-se
Atrás de umas moitas, o João espreitava o movimento. Colocou o seu gorro e aproveitou a paralisação momentânea da pequena para a aprisionar e enfiar numa carrinha com o auxílio de dois capangas. Rapidamente, conduziu-a até ao Castelo onde foi presa ficando guardada pelo cão.
- Mas o que é isto? – perguntava ela.
- Cala-te e nada de mal te acontecerá…
Durante duas horas a pequena ali esteve aprisionada, comendo umas migalhas que ele lhe levava e sempre vigiada pela feroz criatura.
Entretanto, na vila, todos estranhavam a sua ausência.
- Que lhe terá acontecido? – perguntava a Ceuzinha, terrivelmente preocupada. – Ela foi apanhar flores ao campo e ainda não voltou.
Mas a resposta não chegava. A Ceu estava nesta agitação quando alguém bateu à porta da sua casa no Castelo.
Era o João sempre gentil com uma caixinha de bolos do Algarve adquiridos propositadamente para ela.
- Oh, João! Tão gentil… mas aconteceu uma coisa incrível. A minha irmã desapareceu… não sei que fazer… ela não atende o telefone. É surreal…
- Podes crer – respondeu o João - Temos de comunicar à polícia e fazer com que a procurem.
Dirigiram-se imediatamente ao posto da polícia de Ourém e expuseram o caso.
- Nós temos de esperar 48 horas – respondeu o agente a quem entregaram a participação do desaparecimento – A pessoa pode-se ter ausentado por vontade própria.
- Mas eu já lhe disse que a vontade dela era estar em nossa casa. Nada justifica a ausência.
Mas a verdade é que nada demoveu o agente da sua posição legitimada pela lei, pelo que, derrotados, saíram e caminharam por Ourém depois de ainda o ouvirem dizer:
- Minha senhora, a Lei é para ser cumprida. Não há desaparecimento se não passarem 48 horas
A notícia do desaparecimento, entretanto, ia correndo pela cidade e, logo, alguns voluntários se ofereceram para a ajudar nas buscas.
- Se a polícia não a procura, procuramos nós…
E imediatamente se organizou um grupo o qual se dirigiu para a zona das ruínas da Capela. O João e a Céu acompanhavam-nos possuídos de motivações e preocupações muito diversas…
De repente, um dos voluntários encontrou algo…
- Olhem isto. Alguém passou por aqui.
Era uma trela para conduzir um cão.
- João, acho que já vi aquela trela nos teus filmes com o Baloo. Passa-se alguma coisa que eu não saiba?
- Jejejejejejejeje. De facto, a trela é minha. Eu passei por aqui e devo-a ter perdido.
- João, tu sabes onde está a minha irmã?
- Não, não sei nada. Por acaso, passei por aqui e vi uma senhora a ser arrastada por três angolanos, mas não a reconheci, nem a eles. Nesse instante, devo ter perdido a trela…
A Céu não ficou nada convencida.
- Arrastada por três angolanos… onde é que eu já ouvi isso? E por que não revelaste isso mais cedo?
- Não associei os casos. Pensei que era uma brincadeira.
De regresso a casa, depois da busca infrutífera, o João refletia:
- Quase ia sendo apanhado por causa da trela… Como hei-de dar a volta à situação?
E elaborou um plano que, com a colaboração de um capanga, arrastaria a Céu para um enredo ainda mais dramático.
Chegado três dias antes a Ourém, o João seguiu-a e fez-se acompanhar de um presa canario adquirido recentemente. Que teria ele em mente?
Perto das ruínas, a pobre Ciete vagueava sem se aperceber do perigo que corria. De repente, o cão surgiu-lhe por trás e rosnou-lhe. Ela ficou paralisada.
- Ai! O que é isto?
Num derradeiro esforço, tentou correr, tentou fugir do cão, mas este perseguiu-a e rapidamente filou a sua perna com a boca obrigando-a a deter-se
Atrás de umas moitas, o João espreitava o movimento. Colocou o seu gorro e aproveitou a paralisação momentânea da pequena para a aprisionar e enfiar numa carrinha com o auxílio de dois capangas. Rapidamente, conduziu-a até ao Castelo onde foi presa ficando guardada pelo cão.
- Mas o que é isto? – perguntava ela.
- Cala-te e nada de mal te acontecerá…
Durante duas horas a pequena ali esteve aprisionada, comendo umas migalhas que ele lhe levava e sempre vigiada pela feroz criatura.
Entretanto, na vila, todos estranhavam a sua ausência.
- Que lhe terá acontecido? – perguntava a Ceuzinha, terrivelmente preocupada. – Ela foi apanhar flores ao campo e ainda não voltou.
Mas a resposta não chegava. A Ceu estava nesta agitação quando alguém bateu à porta da sua casa no Castelo.
Era o João sempre gentil com uma caixinha de bolos do Algarve adquiridos propositadamente para ela.
- Oh, João! Tão gentil… mas aconteceu uma coisa incrível. A minha irmã desapareceu… não sei que fazer… ela não atende o telefone. É surreal…
- Podes crer – respondeu o João - Temos de comunicar à polícia e fazer com que a procurem.
Dirigiram-se imediatamente ao posto da polícia de Ourém e expuseram o caso.
- Nós temos de esperar 48 horas – respondeu o agente a quem entregaram a participação do desaparecimento – A pessoa pode-se ter ausentado por vontade própria.
- Mas eu já lhe disse que a vontade dela era estar em nossa casa. Nada justifica a ausência.
Mas a verdade é que nada demoveu o agente da sua posição legitimada pela lei, pelo que, derrotados, saíram e caminharam por Ourém depois de ainda o ouvirem dizer:
- Minha senhora, a Lei é para ser cumprida. Não há desaparecimento se não passarem 48 horas
A notícia do desaparecimento, entretanto, ia correndo pela cidade e, logo, alguns voluntários se ofereceram para a ajudar nas buscas.
- Se a polícia não a procura, procuramos nós…
E imediatamente se organizou um grupo o qual se dirigiu para a zona das ruínas da Capela. O João e a Céu acompanhavam-nos possuídos de motivações e preocupações muito diversas…
De repente, um dos voluntários encontrou algo…
- Olhem isto. Alguém passou por aqui.
Era uma trela para conduzir um cão.
- João, acho que já vi aquela trela nos teus filmes com o Baloo. Passa-se alguma coisa que eu não saiba?
- Jejejejejejejeje. De facto, a trela é minha. Eu passei por aqui e devo-a ter perdido.
- João, tu sabes onde está a minha irmã?
- Não, não sei nada. Por acaso, passei por aqui e vi uma senhora a ser arrastada por três angolanos, mas não a reconheci, nem a eles. Nesse instante, devo ter perdido a trela…
A Céu não ficou nada convencida.
- Arrastada por três angolanos… onde é que eu já ouvi isso? E por que não revelaste isso mais cedo?
- Não associei os casos. Pensei que era uma brincadeira.
De regresso a casa, depois da busca infrutífera, o João refletia:
- Quase ia sendo apanhado por causa da trela… Como hei-de dar a volta à situação?
E elaborou um plano que, com a colaboração de um capanga, arrastaria a Céu para um enredo ainda mais dramático.
(Continua na próxima semana)
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