sábado, outubro 09, 2004

Inquérito ao campo
Lembro-me de vários: eu, o Luís Nuno, a Teresa, o Zé Pereira, o Al Simon, o Trinca espinhas, o descendente do mestre da música...
Há trinta anos reunimo-nos, se não estou em erro, no quarto do Al Simon em Lisboa,para preparar a realização do inquérito ao campo de acordo com as instruções previamente publicadas de um perigoso comunista: o Chico Martins.
O quarto era óptimo para estas actividades conspirativas. Logo à entrada, tinha um magnífico poster de Mao e da revolução cultural na China.
Claro que, com as dificuldades de transporte para Ourém, tudo se ficou pelas boas intenções e por uma visita, num sábado à tarde, ao Avenida.
Será esta magnífica realização em Ourém, a "radiografia" do concelho, mais um resultado dos preciosos ensinamentos do camarada Mao aos seus discípulos laranja através do camarada Relvas? Estará a preparar-se uma bem necessária revolução cultural para Ourém e para o país?
Já os viram por aí?
Estou aqui, à porta de casa, há mais de três horas, à espera deles para me fazerem a "Radiografia", mas não aparece nenhum. Será que se esqueceram da minha terra? E como eu gosto de ver estas caravanas de malta barulhenta e ululante...
Mas foi mais uma partida do Relvas.
Está quase a chover, vou mas é para dentro que ainda me constipo e estrago a imagem do concelho.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Uma brisa suave, mas, por vezes, excessivamente forte
Encontrámos mais um blog por Ourém. Trata-se do brisa mínima.
É assinado por um estranho 1bigonbalcão(??????).
Desejamos-lhe o melhor sucesso, Ourém precisa cada vez mais de vozes pelo desenvolvimento, pela ética, pela liberdade...
Faltas ao serviço
Esta semana não fomos brindados com a agenda do Presidente, assim não podemos prosseguir com a descoberta e análise das grandes linhas da sua prática. Estará certamente a compensar o tempo gasto durante o fim de semana em actividades de representação.
Mas outras faltas se detectam na página do Município
- as actas da Câmara têm quase um mês de atraso: a última é de 13 de Setembro;
- o directório de empresas nunca mais é preenchido;
- Viver Ourém e Ourém informação estão em actualização há meses sem nada daí resultar;
- Formação pós-graduada não tem conteúdo nos links para onde somos remetidos excepto no que respeita ao Aconselhamento.
Uma observação final: é uma pena que as páginas das autarquias não tenham uma estrutura de blog a qual permitiria a inserção de comentários. Pode-se argumentar: mas há um endereço para onde os podemos enviar. Há, é verdade, mas em muitos casos, não chegam ao destino. Todo o correio que enviei pela Internet para Cascais, Tavira e Parede me foi devolvido ou não foi tido em conta.
Ficando visível, o comentário mostraria essa falha do interlocutor e poderia mobilizar outros municipes.
Leitaria Oureana
Este post é uma correcção.
Já há algum tempo, deixámos aqui um artigo denominado Leitaria Guerra.
Pareceu-nos essa a designação mais lógica. É um pequeno espaço que sempre nos lembra o Vítor, o Carlitos e o seu pai.
Distinto oureense chamou-nos a atenção para uma incorrecção: a sua designação foi Leitaria Oureana.
Assim deverá passar a designar-se esse artigo.
Amordaçado?...
Este professor é, sem dúvida, o maior.
De um momento para o outro conseguiu estranhíssima solidariedade de Cavaco Silva a Fernando Rosas.
Mais, foi praticamente a primeira notícia em quase todos os canais e ocupou os noticiários da rádio por várias horas.
O Barnabé fez quase uma dezena de posts por sua causa.
O blog de esquerda foi um pouco mais comedido mas não deixou de o referir.
Ana Gomes, no Causa Nossa, pôs o seu espaço no blog à disposição daquela estrela. Hoje, no mesmo blog, Vital Moreira deixa algumas perguntas inocentes.
Os jornalistas da TVI, em abaixo assinado, obrigaram a administração a pronunciar-se.
A RTP, em horário nobre, mobilizou quadros importantes de todos os partidos com representação parlamentar para um debate que demorou horas.
A SIC entrevistou Pacheco Pereira cuja análise não ficou muito distante da interpretação de de Fernando Rosas. No Abrupto, Pacheco referiu por vários vezes o caso neste pobre país.
O Presidente chamou-o a Belém e dedicou-lhe cerca de uma hora.
PSL foi posteriormente reunir-se com o Presidente e à saída foi obrigado a referi-lo.
Tudo isto em pouco mais de um dia. Ele continua sem dizer palavra, mas os outros falam por ele. É admirável.

quinta-feira, outubro 07, 2004

O professor
Se a TVI tem o Castelo Branco para que precisa do Marcelo? As audiências estão garantidas...
Um atentado à democracia calar ou censurar o professor? Então a TVI não é uma empresa privada onde quem manda é o patrão? Pode tolerar-se lá dentro um indivíduo que estraga os seus negócios com o governo?
Eu acho que o GOverno e a TVI fizeram muito bem.
Calem o Marcelo, calem o Pacheco...
... mostrem ao povo o que verdadeiramente são!
Teremos novo supermercado ou piscina?
Nada me move contra o Intermarché.
Mas estou farto de ver aqui em Lisboa o resultado de se construir sobre leitos de ribeiros, rios, etc.
Assim, saúdo a iniciativa parlamentar do PCP que tende a apurar até que ponto é que o novo supermercado reune as condições fundamentais para o podermos frequentar sem perigo de sermos levados pela cheia. O documento que originou estas considerações foi-nos enviado pelo Sérgio e já é post do Castelo.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Um castigo merecido
Isto parece um ataque da RIAPA ou do Anacleto, mas há que repor a verdade.
Pus-me a editar a template. Cortei umas passagens sem querer e ficou tudo uma desgraça.
Resultado: tive de mudar de template o que me levou à perda de comentários.
Amanhã apurarei outros estragos e verei o que se pode recuperar
Pelas freguesias de Ourém

Acho sempre um piadão a estes mapas, especialmente quando a partir deles, com um simples click de rato, temos acesso a um descritivo e a uma pequena história das freguesias da nossa Ourém.

terça-feira, outubro 05, 2004

Feriado
Há 30 anos, imbuído de fervor revolucionário, o pessoal foi todo trabalhar. No final, ofereceu-se o dia de trabalho à nação.
Não interessa, nem quero discutir o que aconteceu a esse dinheiro. Se foi bem ou mal aproveitado. Se alguém, oportunisticamente, se aproveitou ou não dele...
O que é importante é constatar que, hoje, possivelmente, considerando o leque de políticos que potencialmente nos governam, nenhum conseguiria aquele magnífico espírito que, então, ainda nos unia. Imaginem que PSL ou BF vinham com esta conversa...

segunda-feira, outubro 04, 2004

Gente barrasca
São aquelas as Celebridades do meu país.
Gajas que se despem por dinheiro, mariconços que mercadejam obras de arte, autarcas com processos de corrupção até ao pescoço, gente que participa em filmes pornográficos. Ficam muito bem quando o curral do porco estiver cheio daquela coisa. Nem sei se o apoio moral de PSL e PP, hoje manchete no 24 horas, nessa altura, lhes valerá.
Com gente desta, como é que isto pode sair da fossa?
4 pontes como esta = 1% do PIB
Ouvi, há pouco, nas notícias de uma estação televisiva, que alguém tinha feito um estudo científico e apurado que quatro pontes como a de hoje provocavam perdas estimadas em 1% do PIB.
É formidável a desfaçatez de alguns portugueses.
Por um lado, dizem que o funcionalismo não faz nada, é um conjunto de preguiçosos, que 80% do seu trabalho é para si (vide, por exemplo, a grande loja do queijo liminiano). Por outro, mal o governo tem a lucidez e sensatez, suportadas por estudos fidedignos sobre os feriados do ano, de calar o seu desencanto com a dádiva de um dia que até dá muito jeito, argumentam que há prejuízos monumentais para o país.
Nem notam que, se aquela ponte fosse estendida ao ano inteiro, nas condições do estudo dito científico, o PIB mais do que desapareceria. É caso para perguntar: que andam então a fazer os que realmente produzem?
Ainda os complementos de reforma dourados
Um regulamento criado em 1993, quando Braga de Macedo era ministro das Finanças e Rui Vilar presidente da CGD, atribui aos administradores da instituição um complemento de reforma equivalente a 15 por cento do salário bruto no banco pelo tempo de serviço prestado em outras empresas públicas.
O suplemento de Economia do Público de hoje traz a história completa desta gestão obscena sempre dirigida para a resolução dos grandes problemas do país.
Bakunine em Ourém
"A imensa maioria dos indivíduos humanos, não só nas massas ignorantes, mas também nas classes civilizadas e privilegiadas, não quer nem pensa senão o que toda a gente à sua volta quer e pensa; acredita, sem dúvida que quer e pensa por si mesmo, mas não faz mais do que repetir servilmente, rotineiramente, com modificações inteiramente imperceptíveis e nulas, os pensamentos e as vontades de outrem. Este servilismo, esta rotina, fontes inesgotáveis do lugar-comum, esta ausência de revolta na vontade e esta ausência de iniciativa no pensamento dos indivíduos são as causas principais da desoladora lentidão do desenvolvimento histórico da humanidade."
In Bakunine, por Henri Arvon, colecção Filósofos de todos os tempos, Estúdios Cor, Lisboa 1966
Interrogações sobre Cumplicidades
Mas como é que a Maria consegue tratar tão bem a cor, o formato do blog e as palavras?
Terá uma equipa por sua conta ou serão inúmeros talentos numa só pessoa?
Aquele blog continua magnífico.
Mas melhorará muito se um dia tiver a coragem de lá publicar um poema da Ana para o dar a conhecer a um mundo bem mais amplo que o dos meus amigos. Ao lado do Eugénio, do Zé Carlos, dela...
As novas fronteiras

Não há que duvidar
É o próprio Marcelo quem o diz: "este governo é bem pior que o pior de Guterres".

domingo, outubro 03, 2004

Ricucu Uma simples folha branca que esvoaça,
Ritmada por ecos de música e p'lo vento que passa
À espera dum breve registo... um qualquer pensamento
Que a enriqueça com arte, feliz contentamento!

Uma tábua comprida é um banco
Uma mesa corrida um convite ao descanso
O mar ao longe, cenário e as dunas um manto
Aqui repousam lamentos, aqui o amor é santo!

Que seja imortal este momento,
A paz, a alegria, o sentimento....
Que tenha memória viva este sabor ameno!

Anseio sempre por voltar aqui
A este lugar tão fabuloso e tão pleno!
.... este refúgio de mim!

Ana Prata
(Praia do Gancho/ Bar do Ricucu / Agosto 2004)

sábado, outubro 02, 2004

Já nem o Coelhone é como era...

Agora até este simpático socialista nos desilude: também não quer alianças à esquerda.
Será que o Expresso ouviu mal?...
... e o tal acordo foi entre PSL e JS?
Afinal não foi a CIA
Durante muito tempo, houve da parte do pessoal da esquerda mais radical (ou autoritária, como preferirem) uma certa pedra no sapato em relação ao comportamento de Soares e dos socialistas no PREC. Dizia-se, em bom português, que Soares era financiado pela CIA, aquela organização do imperialismo americano de que fazia parte o famigerado Carluci.
O Expresso de hoje vem esclarecer tudo. Não foi nada disso: os Ingleses estiveram perto de invadir Portugal e tê-lo-iam feito se o PC conquistasse o poder. Os socialistas de todo o mundo, organizadamente, facultaram o dinheiro e recursos que Mário Soares precisava para a campanha, livrando-nos assim de uma vergonhosa e sangrenta invasão.
Aos poucos a história vai-se refazendo, mas é de registar este espírito de sacrifício dos socialistas por todos nós num momento em que ainda era bem viva, entre todos os que apoiaram o 25 de Abril, a lembrança da acção criminosa de Pinochet no Chile. Mesmo que do mesmo tenha resultado esta insípida alternância ao centro que a vitória de Sócrates já anuncia.
Ourém no ranking de escolas
De acordo com o semanário Expresso, as três escolas do concelho de Ourém (CEF, S. Miguel, ambas de Fátima e a escola secundária de Ourém) ter-se-ão classificado entre as 250 melhores escolas de um conjunto de 554 que teve exames do 12º ano a mais de 100 estudantes.
Em termos globais, os resultados não envergonham de modo nenhum a nossa terra. À falta de suporte informático, não fizemos contas, mas se considerarmos o valor de cada escola vê-se que qualquer delas ficou claramente acima da mediana embora nada se possa adiantar sobre a média. Mais detalhadamente, com uma média de 10,1 em exames, é natural que tenha havido um número absoluto de chumbos significativo na escola secundária de Ourém, mas é de registar que entre as três escolas esta foi a única que teve uma melhoria no ranking: o CEF baixou 27 posições, São Miguel baixou 11 e a escola secundária subiu 13 posições.
Finalmente, se compararmos a nota atribuída pela escola e a conseguida em exame, vê-se que em qualquer dos casos a diferença ultrapassa os dois valores e no caso da última classificada chega a ultrapassar os 3. O que será isto? Falta de rigor na avaliação na escola? Ou nervosismo em momento de prova? De qualquer forma, as diferenças registadas na zona do Porto são bem mais acentuadas, chegando-se ali ao exagero de um externato atribuir notas de 17,8 (uma média, o que significa que terá possivelmente atribuído vintes) a estudantes que, em média, não ultrapassaram os 13,8. Seriam futuros médicos?
Aqui ficam os nossos desejos que, no futuro, Ourém melhore a sua capacidade interna de avaliação e os seus resultados finais.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Uma nova elite para Ourém
Hoje, no Público, Miguel Sousa Tavares escreve: o que nos faz falta é a reconstrução de uma nova elite, que tenha valores, que seja capaz de se bater por eles e que dê o exemplo.
Apesar de não gostar muito da palavra elite, apesar de muitas vezes embirrar com os comentários de MST, numa altura em que no Castelo se pensa em quem poderá dirigir os destinos do concelho, tenho de concordar com as suas palavras e transpô-las para a nossa querida terra. Ourém precisa de um conjunto de pessoas que tenha valores, dê o exemplo e seja capaz de se bater por eles.
Desperdícios (9)
Da responsabilidade da Compta

Não estava para voltar a este assunto, mas um comentário de Sandrina Pereira obriga-me, quanto mais não seja por uma questão de educação, a retomá-lo.
Eu também não imputei (que provas tinha?) culpas à Compta, mas há dados novos...
Ao que parece as listas elaboradas pela empresa que conseguiu a solução foram-no a partir das bases de dados criadas pela Compta e alimentadas pelos dados introduzidos pelos trabalhadores do ME. A empresa limitou-se a fazer o programa que percorria essa base de dados, consultava as regras do negócio e alocava o professor ao lugar disponível.
Isto significa que havia já qualquer coisa de positivo feito para trás e que o que falhou foi a pequena peça final, aquela que legitima o processo todo.
Penso que não cometerei um grande erro se disser que os programas que actualizaram a base de dados, elaborados pela Compta, e em bom estado, eram programas de natureza interactiva do tipo insere um registo, actualiza um registo, lê, comunica com o utilizador..., enquanto o programa que falhou e que a ATX refez era um programa de tempo diferido, lê um registo da base de dados, vê as condições, faz a alocação, actualiza a base de dados e repete o processo para todos os registos. Os primeiros são relativamente fáceis de elaborar, há casos em que são automaticamente gerados por software específico, os segundos exigem algo mais.
Isto é, a Compta teve competência pata programas interactivos de actualização de bases de dados, mas não a teve para programas de tempo diferido (os chamados batch).
Penso que isto é muito comum, pois a vocação para exploração do batch é cada vez menor. Vi alguns casos destes quando era técnico de informática e a explicação era vulgarmente esta: inexperiência. Por outras palavras, o ME não soube rodear-se dos melhores recursos disponíveis no mercado, mas teve com certeza garantias da Compta de que era capaz de fazer qualquer programa. Esta a culpa da empresa...
Tolerância de ponto
Diz-se que este governo não dá nada aos pobrezinhos, mas ontem anunciou formidável benesse. Não dá dinheiro, mas diminui as horas de trabalho, assim consegue subir a remuneração horária.
Julgo que teve honras de Conselho de Ministros ao lado de outros grandes problemas que afligem o país.
É caso para dizer: Viva a República! E viva um Governo que tão bem a serve e sabe percepcionar as legítimas aspirações do seu povo.

quinta-feira, setembro 30, 2004

O homem invisível
O trabalho dos assessores de imagem de PSL vai dando frutos pelo que é totalmente justificada a sua remuneração como aquela de que hoje o Público fala.
Fruto da sua actuação, deixámos de ver o cabeça de gel todos os dias nos meios de comunicação. Ele manda o do bago ou a da deslocação de professores. Assim, é como se não existisse, os disparates são imputados aos colaboradores.
Como será o regresso de PSL?
Haverá algum grande acontecimento que o justifique?
Terá coragem para apresentar aos portugueses o orçamento que aí vem?
Bolinhas de naftalina (7)
A pera

Cheguei de Lisboa com a minha nova pera, fruto de horas de estudo e subversão e fui exibi-la para o Avenida com assinalável êxito.
À saída, o Zé Mineiro, pai do ZéQuim, não se calava em elogios.
-Eh pá, Luís Manuel! Isso é que é uma pera! E tem mosca e tudo... vê-se logo que és um grande estudante.
Ao nosso lado, o ZéQuim, cerca de meio metro mais para cima de qualquer de nós, acompanhava-nos naquele passo que nos dirigia para nossas casas e olhava a biqueira dos sapatos para estar mais atento à conversa.
Lá chegámos à Rua Santa Teresinha, eles subiram as escadinhas que davam acesso à sua casa, eu dirigi-me para a minha.
Mas, aí, a recepção já não foi tão calorosa.
- Vais imediatamente cortar essa porcaria. Isso não são coisa para nós, humildes...
Eu bem procurei argumentar que os tempos estavam a mudar, que todos tinhamos direito a usar o que quiséssemos. A autoridade paternal não se deixou convencer: aquilo não era para nós. E, de repente, recordei aquela mão enorme que uns quinze anos antes vira descer na minha direcção e preferi mudar de estratégia.
Daí a dias voltaria a Lisboa, com uma semana de mau aspecto e quinze dias de comichões conseguiria a reconstrução.
E a pera caiu...
A prenda...
...num país sem ética e de nenhuma vergonha

António de Sousa, ex-presidente da CGD vai receber 615 mil euros (aproximadamente 123000 contos) como complemento de reforma.
Como é possível legislar e aprovar medidas que levam a coisas como esta num país onde cerca de 20% da população (vide reportagem da SIC com Dr. Bruto da Costa em 27-9-2004) vive num estado de pobreza degradante?
Mas que formidável aplicação de capital é aquela? Já imaginou o cidadão comum quanto deveria ter depositado na CGD para, ao fim de 5 ou 6 anos, ter aquele rendimento?
Quem estará de bolsos vazios para financiar exageros como estes?
Uma estrutura esquisita, a da Câmara (1)

Examinámos o organigrama da Câmara Municipal.
Bem podem dizer: está desactualizado, isso é uma perda de tempo. Pode ser, é o que existe, é por esse que falaremos neles.
Uma estrutura esquisita, a da câmara (2)
Hierarquização forte

A Câmara aparece-nos como uma estrutura fortemente hierarquizada. A partir do organigrama detectámos um conjunto de 68 órgãos que classificámos nos moldes seguintes:

Tipo Relação

Total

%

Hierarquizada

60

88,24

Órgão aparentemente de staff

5

7,35

Órgão partilhado

2

2,94

Não aplicável

1

1,47

Total

68

100,00


Uma estrutura esquisita, a da câmara (3)
Miscelânea de órgãos

Ao entrarmos mais profundamente na caracterização do órgão e na sua proximidade ao nível mais alto, já encontrámos alguns elementos que nos parecem confusos.
A Câmara organiza-se em Dartamentos (Dep), dentro dos quais encontramos Divisões (Div) e estas projectam-se em Serviços (Serv), Gabinetes (Gab), Sectores e Secções sem que nada deixe transparecer se alguma destas estruturas é mais importante do que as outras. Por exemplo, ao nível do Apoio Administrativo, um serviço que se repete em múultiplos órgão, encontrámos várias caracterizações como Sector e como Secção.
Outro aspecto desta confusão tem a ver com o surgimento de um órgão cujo estatuto nos parece indefinido (Ind) e situado ao mesmo nível dos departamentos: é o chamado Projecto de Requalificação de Ourém e Fátima. Compreendemos que não se chame Departamento, é uma estrutura possivelmente transitória, mas colocá-lo nestes moldes sugere-nos que se está a justificar um nível de vencimento.
O resultado do cruzamento dos órgãos assim classificados relativamente ao seu nível, considerando também, o exercício da Presidência (P) originou o quadro seguinte:

Tipo Orgão

Nivel

Dep

Div

Gab

Ind

P

Secção

Sector

Serv

Total

n0

1

1

n1

2

3

2

1

8

n2

7

2

1

1

11

n3

11

3

10

23

1

48

Total

2

7

16

6

1

10

24

2

68


Uma estrutura esquisita, a da câmara (4)
Ausência de funções de controle

Na estrutura da Câmara, não detectámos qualquer função interna de controlo e auditoria.
Será a Tesouraria quem se controla a si própria? Que certeza há de que os papéis que originam pagamentos correspondem à realidade?
Seria de todo recomendável a existência de um órgão claramente separado dos que exercem funções de Contabilidade e Tesouraria que garantisse a correcção das saídas e entradas de dinheiros.
Reparem, isto não é duvidar de ninguém, é exactamente a partir da existência de um órgão desses que tesoureiros e contabilistas podem respirar aliviados.
Uma estrutura esquisita, a da câmara (5)
A câmara e o povo

Pusemos uma questão final: do conjunto de órgãos considerado qual a percentagem daqueles que estão vocacionados para serviços com o objectivo de servir a população e aqui destaco a boa intenção do UNIVA?
Após nova caracterização, concluímos que, no conjunto dos 68 órgãos, apenas 23, isto, cerca de 34%, são claramente vocacionados para o serviço ao Munícipe. Os outros são fundamentalmente órgaõs de gestão interna, apoio e grandes obras.
Uma estrutura esquisita, a da câmara (6)
Conclusão

É urgente modificar a estrutura da Câmara pondo-a mais ao serviço do povo, introduzindo-lhe níveis de controlo interno e auditoria que permitam ao munícipe total confiança nos seus serviços, classificando claramente os órgãos em função da sua prestação e do seu papel no total do município.
É preciso informatizar os serviços de forma a que os diferentes processos fluam através de uma rede interna e permitam a consulta de estado pelos interessados.
É preciso mais apoio ao ambiente, preservar o património florestal e urbanístico.
Há que reflectir se se justifica uma estrutura de obras tão pesada.
No fundo é preciso que a Câmara trabalhe menos para si e mais para o munícipe.

quarta-feira, setembro 29, 2004

Amizade

Lembrança de outra era
Cumplicidade na amizade de então
Vive hoje numa outra esfera
Da qual não faço parte...sem razão

Recordação rasgada pelo vento
Retrato desgastado de um momento
Apenas a nostalgia, já pouca saudade
Do tempo passado, da amizade

Não é isto maldade
Apenas o medo de reviver
Angústias profundas camufladas de vaidade

Talvez o medo de perder
O rasto deste caminho que me fez render
Sem dor nem lágrimas à vida de verdade

Ana Prata
A insegura JULAR
Ali para os lados da Rotunda SUL, em Fátima, aquela monumental obra rodeada de taipais de derivado da madeira é extremamente perigosa para o pacato cidadão.
Assim, o buraco que se segue de imediato ao taipal é de monumental altura (talvez uns trinta metros) e não está completamente tapado possibilitando uma queda ao mais distraído. Por outro lado, não estamos convictos de que qualquer carro que bata contra aquele taipal não o destrua e não faça o voo daí decorrente.
Mas o mais grave são os taipais superiores que formam uma espécie de tecto pelo caminho destinado ao cidadão. Alguns já cairam, muitos estão a cair e o peso dos mesmos não deixa prever nada de bom para o bem-aventurado com tal dádiva.
Alertada a empresa telefonicamente para este problema, o funcionário que nos atendeu ainda teve o desplante de nos insultar e dizer que não era nada com eles.
Aqui fica o nosso protesto.
E as questões daí decorrentes:
- Quem protege estes senhores?
- Por que é que a PSP nada faz para os pôr na linha?
- E não há fiscais para controlar como decorrem estas obras?

terça-feira, setembro 28, 2004

Dias Ameaçados

Linhas tortas com Frases trocadas
Falas trémulas com Palavras condenadas

Raciocínios imperfeitos na Loucura latente
Sabores amargos de um Aviso iminente

Atitudes ilógicas e Pensamentos perdidos
Dias ameaçados em Tempos ruídos

Mãos frias e Coração apertado
O Corpo em fumo num Cigarro apagado

Ouvidos moucos com Sons agudos
O Riso das Lágrimas de Sacrifícios mudos

Ana Prata
Cumplicidades
Decidi fazer concorrência ao magnífico Cumplicidades. ESpero que a Maria Branco não leve a mal, eu adoro a sua página.
Mas encontrei um livro de poemas de uma jovem autora que tem as suas raízes em Ourém e isso é uma boa razão para o divulgar aqui.
Estejam atentos aos próximos posts.
Por vezes...

... surge uma notícia boa.
Finalmente, foram libertadas.
Maledicência
Parece que já há listas de colocação de professores.
Provavelmente existirão alguns erros, mas o pessoal do ME mostrou quanto vale e que com ele não brincam em serviço. As listas estão produzidas com dois dias de avanço sobre o prazo dado.
Este feito leva-nos a interrogar qual a utilidade de um programa informático para substituir um processo de trabalho que o vence em toda a linha.
Mas o mais grave da questão é que já ouvi por aí que as listas estavam prontas há uns meses à espera que o programa da Compta desse raia...
A agenda do presidente (1)
Durante o mês de Setembro procurámos seguir a actividade do presidente da autarquia.
De que modo reparte o seu tempo?
Como é que se apercebe dos problemas do concelho?
Como é que concretiza o contacto com os munícipes?
Para responder a estas questões, fomos consultando a página da autarquia. Nesta, sob o botão Câmara Municipal, existe uma opção denominada "Agenda do Presidente" que guardámos ao longo de quatro semanas.
Fizemos algumas transformações aos dados para imputar tempos e dar maior clareza ao seu conteúdo. Em muitos casos não o conseguimos. Apesar de a Agenda do Presidente, numa página na Internet, só fazer sentido se toda a informação for descodificada, o que nos é dado abusa de siglas algumas das quais o nosso desconhecimento não consegue descodificar. Assim, a página perde utilidade porque não chega àqueles a quem se dirige...
Procuremos agora tratar os damos recolhidos com estatísticas muito simples. Será que vamos descobrir alguma coisa de relevante?
A Agenda do presidente (2)
A nossa primeira estatística preocupou-se com o tipo de actividade do presidente. O que é que ele fez em Setembro? Ou melhor, o que é que ele projectava fazer.Uma interrogação muito simples aos dados permitiu-nos chegar ao quadro seguinte:



Acção

Tempo

%Tempo

Número

%Numero

Reuniões

67,25

54,79%

39

56,52%

Cerimónias

32

26,07%

18

26,09%

Atendimento aos Munícipes

6

4,89%

2

2,90%

Jantares

4

3,26%

2

2,90%

Despacho

3

2,44%

1

1,45%

Caminhadas

3

2,44%

1

1,45%

Indefinidas

2

1,63%

1

1,45%

Conferência de Lideres

2

1,63%

1

1,45%

Apresentação de Estudos

2

1,63%

1

1,45%

Assinatura de Protocolos

1

0,81%

2

2,90%

Tomada de Posse de Funcionários

0,5

0,41%

1

1,45%



Assim, podemos concluir que o presidente ocupou mais de 50% do tempo em reuniões.
É relevante a função representação do município que aqui se traduz na participação em cerimónias e que lhe consumiu mais de 25% do tempo.
O presidente afectou ainda cerca de 5% do seu tempo ao atendimento dos munícipes.
Repare-se, finalmente, que não existe claramente nenhuma acção de saída do presidente para o contacto com populações para apreensão de problemas. Acreditamos que esta actividade seja feita, mas não é sentida pela pessoa, ela vem por informação de outros. Já tínhamos referido esta questão neste blog a propósito da praça Dr. Agostinho Albano da Almeida onde nunca encontrámos qualquer responsável autárquico a aperceber-se do péssimo serviço que ali deixou a Ourém.

A agenta do presidente (3)
Procurámos uma estatística por entidade envolvida, mas o seu resultado não foi interessante já que não temos descodificação das siglas utilizadas para a maioria das entidades e a distribuição é praticamente uniforme.
Preocupámo-nos assim com outra questão: qual o objecto das acções do presidente?
A resposta está no quadro seguinte:

Objecto

Tempo

%Tempo

Número

%Numero

Indef

75

61,10%

38

55,07%

Dia do Professor

10

8,15%

7

10,14%

Campo de Golfe

6,5

5,30%

4

5,80%

Festa das Vindimas

4

3,26%

1

1,45%

Orçamento 2005

3,5

2,85%

3

4,35%

Almoço V Passeio de Cicloturismo

3

2,44%

1

1,45%

Multiusos de Freixianda

2,5

2,04%

1

1,45%

Sistema de qualidade

2,5

2,04%

1

1,45%

Homenagem ao prior de Riberia de Fárrio

2

1,63%

1

1,45%

Funcionamento Interno

2

1,63%

1

1,45%

Arraial

2

1,63%

1

1,45%

Visita

2

1,63%

1

1,45%

Plano de Actividades

1,5

1,22%

1

1,45%

Variante do Regato

1,5

1,22%

1

1,45%

Tarifários

1,25

1,02%

2

2,90%

Congresso sobe golfe

1

0,81%

1

1,45%

Linha do Norte

1

0,81%

1

1,45%

Sinalética

0,5

0,41%

1

1,45%

VIII Festival de Folclore

0,5

0,41%

1

1,45%

Inauguração

0,5

0,41%

1

1,45%

Constatamos que em mais de 50% dos casos, o objecto está indefinido. No entanto, é de notar a importância que foi dada ao dia do professor que consumiu cerca de 8% do tempo alocado do presidente.


Outra flor da nossa autarquia é o campo de golfe. Não há semana que não exista reunião sobre o campo de golfe ou reunião com o Conselho de Administração da Mécia Golfe.


Finalmente, merece algum destaque que a importância que está a ser dada ao Orçamento para 2005.

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