domingo, maio 01, 2005

O 1º de Maio do presidente David

São quase 10 horas. O presidente David já chegou. Parece impaciente. "Que chatice! Isto nunca mais começa. Tenho de repensar a minha vida. Todos os fins de semana estragados. A semana de passada tive de cantar à meia-noite sem saber a letra. Agora, homenagear os de Ourém, eu, um ser superior, do Bairro, um amante de Fátima, local das aparições".
Passeia de um lado para o outro e começa a sentir-se apertado. "E agora? Vou bater...".
E toca à porta. Ouve-se uma voz:
- Quem está ai?
- É o presidente David. Preciso fazer chichi.
Aparece o Julito, vestido a rigor, todo bonito.
- Oh, meu caro presidente! Então, como se sente?
- Ainda bem que o vejo, Julito. Estou aqui muito aflito...
- Faça favor de entrar. Esteja à sua vontade, pode mijar, pode defecar. E olhe que é bem verdade, é lugar de gente nova, usamos papel Renova.
O presidente lá foi. Daí a pouco surgiu mais aliviado.
...
Como sempre, às dez horas, tocou a sirene. Mas, hoje, não houve exercício.
Tal como o fazem há 70 anos, os nossos bombeiros foram homenagear os seus camaradas desaparecidos perante o olhar enjoado do autarca que adora Fátima... e nos vai destruindo Ourém.

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