Desesperadamente à procura de assunto
Diariamente acordo pelas quatro da manhã. Não por minha causa que sou um grande dorminhoco, a culpada é a Pipoca, uma gatinha de quatro anos que se cruzou connosco em Cabanas, junto a um supermercado, quando tinha pouco mais de um mês. Nunca mais nos abandonou e assitimos à sua evolução e crescimento. Brincalhona no início, terrível a atirar-se a tudo o que mexesse ou raspasse, mas agora cada vez mais dorminhoca. Especialmente durante o dia. O problema é de noite. Sobem-lhe aqueles instintos de caçadora e é ouvi-la a andar por aí à procura de algum roedor ou a chamar-nos para lhe darmos comidinha. Escusado será dizer-se que este hábito gravou-se na sua maneira de ser e, a partir das quatro, este vosso amigo deixa de dormir.
Seguem-se as preocupações. Antes tinha tema para dezenas de posts, aterrorizava-me só de pensar no tempo que aquilo demoraria a passar para papel ou para digital. Agora, tudo mudou, é obrigatório descobrir novo tema sobre a nossa Ourém e a verdade é que nada me ocorre.
E revejo-me a descer do Largo de Castela para a Avenida, ao fundo viro à direita, passo para o outro lado, vou até àquelas escadinhas que dão para uma ruela que me pode levar à praça. Inicio a descida e, de repente, o receio ocorre: será que ainda não se lembraram de as destruir?, de fazer ali uma rampa de acesso à praça ou para os skaters se divertirem?
Sigo até ao Central e olho em volta. A loja do sr. Pina, a loja do sr. David, o Melo, a loja do Mariano, a padaria do Jeremias, o telefone dos automóveis, a farmácia Leitão. Não há nada que me desperte recordações.
Quê? Mas o que é aquilo ali? Sim, ali perto do telefone e da loja do Jeremias. Aquele cubiculozinho.
Ali, era a leitaria do Guerra.
Temos tema. É dela que vamos falar num dos próximos posts.
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