domingo, junho 13, 2004

Pi-Pi


Voltemos ao CFL.
Vamos falar de uma professora que nos deixou uma deliciosa recordação nos dois ou três anos que precederam o formidável calhambeque do Roberto Carlos.
Residente no centro de Ourém, utilizava um carrinho verde, julgo, para se deslocar para o colégio. A velocidade era moderada, dava a sensação que nunca ultrapassava os 20km/h e que não passava da segunda velocidade. De dez em dez metros, anunciava a sua presença com fortes buzinadelas para afastar algum incauto transeunte ou algum cãozito que, vendo o seu andamento, se atrevia a desafiá-la para uma corrida até à curva junto à casa do Zé Canoa.
Ensinava (e bem) Físico-Químicas, Botânica e Ciências Naturais. Foi nesta última matéria que consegui pela primeira vez a classificação máxima num teste, que durante anos tinha perseguido infrutiferamente. Tratava-se daquele tema em que se estudavam os mamíferos, as aves e aquelas ordens todas que o esquecimento já levou.
E quando o ambiente na magnífica sala do CFL era de todo insuportável devido a efervescência desobediente dos alunos que mereceria muito mais do que um valente abanão, ouvia-se a sua voz, com um misto de carinho e repreensão, numa frase que, neste momento, todos os que a conheceram decerto recordam:
- Que coisa! Vocês são de uma impertinência única.

1 comentário:

Oswaldo Pereira disse...

Claro que recordo muito bem....e, de novo, senti a "suavidade" que emanava ....Obrigada Luís Manuel



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