terça-feira, junho 15, 2004

Desmascarado
Tinha a secreta esperança numa lista de independentes para conquistar a Câmara.
Tinha planeado alterar a inscrição eleitoral, recenseando-me pela terra que tanto gosto, mas que, ao mesmo tempo, tanto desconheço pois estou afastado dela há muitos anos.
De repente, apareço a toda esta gente como perigoso comuna.
Que ideia mais falsa os meus amigos podem ter.
Nunca estive inscrito num partido político desde a magnífica data do 25 de Abril.
Sempre fui o mais anti-comunista possível relativamente ao fantasma de comunismo que as pessoas tanto temem e que se pode traduzir no fim das liberdades, no assalto à propriedade privada e em feroz controlo estatal.
Isso não me impediu de, em eleições, apoiar um homem coerente, lutador, bom e acima de tudo, honesto. Fi-lo porque o conhecia, independentemente do seu partido e também porque me dei ao trabalho de ler o programa da coligação que o suportava. Mas só votei nele porque, infelizmente, em eleições, apenas podemos escolher uma das opções, o que eu gostava era de ter três votos. No final saudei-o, mas não esqueci o candidato do Bloco nem deixei de apreciar a vitória do PS.
É no verdadeiro entendimento destas forças, que pode e deve estender-se a independentes e a sociais democratas no verdadeiro sentido da palavra, que reside a solução para Ourém e para o Mundo.

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