domingo, abril 24, 2005

Há 31 anos

O Sérgio traz-nos, no blog da Som da Tinta, duas estórias do 25 de Abril em cem palavras. Gosto muito da que reproduzo aqui. Vejam:

Cumpri o ritual.
Com a unha, risquei na parede uma nova manhã acordada em Caxias.
Noutras salas, em Peniche, noutros lugares, camaradas actualizavam as suas séries. Todas, somavam 48 anos. De fascismo.
“Mais um dia, menos um dia”.
Lembrei, como cada manhã, o servente do Aljube que, anos antes, assim anunciava o dia nascido.

Não adivinhava é que aquele dia, 25-de-Abril, iria ser O DIA.
O dia em que as portas dos tarrafais se abririam pelo lado de fora. Pelo povo. Para todos sairmos das prisões com 48 anos contados a riscos de unha em paredes brancas, sujas.

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