Resposta ao questionário (2)
A resposta do Sérgio
Normalmente, não respondo a questionários “literários” ou “culturais”. Ou, quando respondo, não vejo publicadas as respostas, por extensas ou… impublicáveis. Aliás, bastas vezes me irritam, por serem uma exibição de atributos culturais próprios em molho de snobeira.
Desta vez, respondo e publico (!) porque o Luís me desafiou (é um desafiador), porque é sobre livros… e Som da Tinta oblige. Vou (tentar) ser objectivíssimo quanto ao passado, e verdadeiro quanto ao futuro e ficcionado.
No espírito (prefiro esta formulação, traduzida da Tabacaria, da “não podendo sair” que está no Ourém) do Farhenheit 451, que livro querias ser?
“Como um romance”, do francês Daniel Pennac (que li no original, e tanto me impressionou que sou incapaz de o ler na tradução), porque é uma exemplar escrita pedagógica sobre livros e leitura.
Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?
Quantas vezes!
Fui-me “fazendo” a imitar personagens de ficção que me “apanharam”.
Claro que fui cowboy (cóbói!), aviador de largos céus, médico de complicadas cirurgias e de missões humanitárias, advogado de nobres causas, herói em suma.
Depois, comecei a ser revolucionário e continuo a querer (ajudar a) transformar o mundo, misturando personagens de ficção com tantos que fui conhecendo bem reais e a exigirem ficções a partir das suas vidas.
Qual o último livro que compraste?
Ontem, comprei “Fado – estórias da noite”, banda desenhada do Rui Pimentel, “Caminho errado”, de Elisabeth Badinter (para oferecer à companheira… et pour cause; conheço a autora e a capa alertou-me: “a mulher é, por natureza uma vítima?, o homem, por definição, um verdugo?” e “uma denúncia corajosa dos caminhos errados do feminismo”), “Don Giovanni ou o dissoluto absolvido”, de José Saramago.
Qual o último livro que leste?
Acabei o 4º volume de “Dias Comuns”, do José Gomes Ferreira e, ao mesmo tempo, “O violino de Auschwitz”, de uma autora catalã de que não tenho aqui o nome, e que li abusivamente (mas autorizado), na noite de um dia para o outro em que o cliente que o encomendara o foi buscar (e já o encomendei para mim!).
Que livro estás a ler?
“Teatro de Sabath” para terminar um ciclo do norte-americano Philip Roth (depois de “Casei com um comunista”, “Pastoral americana”, “A mancha humana”… e escreveria laudas sobre esta tetralogia!) e os que estão sempre a ser lidos…
Que livros (cinco) levarias para uma ilha deserta?
Recuso-me a ir assim, sem mais aquelas, para uma ilha deserta!
Por condenação? A que pena? Por que crime?
Por quanto tempo? Acompanhado por quem?
Entro no jogo, embora tudo condicionando às respostas às mais que pertinentes perguntas, e não é por serem minhas…
Assim, de repente, e fazendo alguma batota, levaria a “Alma encantada”, de Romain Rolland (são 4 volumes!) para me (re)encantar; levaria as “Obras escolhidas em três tomos de Lenine” e “O capital” (3 volumes), de Karl Marx, na tradução de José Barata Moura/Francisco Melo, para não “perder o pé”; levaria “D. Quixote de La Mancha”, de Miguel Cervantes, na tradução do Aquilino Ribeiro (e haveria de o fazer, acompanhar, como separata, pelo livro “perdido” do Aquilino “No cavalo de pau com Sancho Pança) e “Beethoven”, de Romain Rolland, traduzido por Fernando Lopes Graça, para me deleitar na releitura/leitura destes dois calhamaços, compromisso que tomei para quando me reformasse… só que o Zambujal não é uma ilha deserta.
Parece que não poderia levar mais nenhum livro mas, apesar de ter batoteiramente alargado até 13 a conta de 5, ainda haveria de conseguir levar, clandestinamente, o que pudesse do Ruben Fonseca, do Pennac, do Zé Gomes, sei lá de quantos amigos mais.
A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
Não vou passar a ninguém, mas vou pedir a que respondam a este questionário, aqui, neste blog da Som da Tinta, que é de livros e de leituras.
Em particular, peço à Zé, minha companheira… porque sim; à Cármen Zita e à Teresa Perdigão porque me lembrei delas; ao Nuno Silva porque me lembrei dele e está a ser um cliente especial pela idade e não só.
E a todos os de que me não lembrei mas de que me estou a lembrar, ou me irei lembrar.
E os vencedores são:
Todos os que lêem!
Sérgio Ribeiro
A resposta do Sérgio
Normalmente, não respondo a questionários “literários” ou “culturais”. Ou, quando respondo, não vejo publicadas as respostas, por extensas ou… impublicáveis. Aliás, bastas vezes me irritam, por serem uma exibição de atributos culturais próprios em molho de snobeira.
Desta vez, respondo e publico (!) porque o Luís me desafiou (é um desafiador), porque é sobre livros… e Som da Tinta oblige. Vou (tentar) ser objectivíssimo quanto ao passado, e verdadeiro quanto ao futuro e ficcionado.
No espírito (prefiro esta formulação, traduzida da Tabacaria, da “não podendo sair” que está no Ourém) do Farhenheit 451, que livro querias ser?
“Como um romance”, do francês Daniel Pennac (que li no original, e tanto me impressionou que sou incapaz de o ler na tradução), porque é uma exemplar escrita pedagógica sobre livros e leitura.
Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?
Quantas vezes!
Fui-me “fazendo” a imitar personagens de ficção que me “apanharam”.
Claro que fui cowboy (cóbói!), aviador de largos céus, médico de complicadas cirurgias e de missões humanitárias, advogado de nobres causas, herói em suma.
Depois, comecei a ser revolucionário e continuo a querer (ajudar a) transformar o mundo, misturando personagens de ficção com tantos que fui conhecendo bem reais e a exigirem ficções a partir das suas vidas.
Qual o último livro que compraste?
Ontem, comprei “Fado – estórias da noite”, banda desenhada do Rui Pimentel, “Caminho errado”, de Elisabeth Badinter (para oferecer à companheira… et pour cause; conheço a autora e a capa alertou-me: “a mulher é, por natureza uma vítima?, o homem, por definição, um verdugo?” e “uma denúncia corajosa dos caminhos errados do feminismo”), “Don Giovanni ou o dissoluto absolvido”, de José Saramago.
Qual o último livro que leste?
Acabei o 4º volume de “Dias Comuns”, do José Gomes Ferreira e, ao mesmo tempo, “O violino de Auschwitz”, de uma autora catalã de que não tenho aqui o nome, e que li abusivamente (mas autorizado), na noite de um dia para o outro em que o cliente que o encomendara o foi buscar (e já o encomendei para mim!).
Que livro estás a ler?
“Teatro de Sabath” para terminar um ciclo do norte-americano Philip Roth (depois de “Casei com um comunista”, “Pastoral americana”, “A mancha humana”… e escreveria laudas sobre esta tetralogia!) e os que estão sempre a ser lidos…
Que livros (cinco) levarias para uma ilha deserta?
Recuso-me a ir assim, sem mais aquelas, para uma ilha deserta!
Por condenação? A que pena? Por que crime?
Por quanto tempo? Acompanhado por quem?
Entro no jogo, embora tudo condicionando às respostas às mais que pertinentes perguntas, e não é por serem minhas…
Assim, de repente, e fazendo alguma batota, levaria a “Alma encantada”, de Romain Rolland (são 4 volumes!) para me (re)encantar; levaria as “Obras escolhidas em três tomos de Lenine” e “O capital” (3 volumes), de Karl Marx, na tradução de José Barata Moura/Francisco Melo, para não “perder o pé”; levaria “D. Quixote de La Mancha”, de Miguel Cervantes, na tradução do Aquilino Ribeiro (e haveria de o fazer, acompanhar, como separata, pelo livro “perdido” do Aquilino “No cavalo de pau com Sancho Pança) e “Beethoven”, de Romain Rolland, traduzido por Fernando Lopes Graça, para me deleitar na releitura/leitura destes dois calhamaços, compromisso que tomei para quando me reformasse… só que o Zambujal não é uma ilha deserta.
Parece que não poderia levar mais nenhum livro mas, apesar de ter batoteiramente alargado até 13 a conta de 5, ainda haveria de conseguir levar, clandestinamente, o que pudesse do Ruben Fonseca, do Pennac, do Zé Gomes, sei lá de quantos amigos mais.
A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
Não vou passar a ninguém, mas vou pedir a que respondam a este questionário, aqui, neste blog da Som da Tinta, que é de livros e de leituras.
Em particular, peço à Zé, minha companheira… porque sim; à Cármen Zita e à Teresa Perdigão porque me lembrei delas; ao Nuno Silva porque me lembrei dele e está a ser um cliente especial pela idade e não só.
E a todos os de que me não lembrei mas de que me estou a lembrar, ou me irei lembrar.
E os vencedores são:
Todos os que lêem!
Sérgio Ribeiro
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