segunda-feira, abril 25, 2005

Pequeno, chocho, pobre, mas autêntico
... porque é meu

O primeiro verso retrata o elemento principal que ajudou na transmissão de consciência à juventude: aquela guerra conduzida pela manutenção das colónias e que fez perceber os interesses que estavam por trás da mesma o que era muito mais importante do que qualquer sentimento de patriotismo que se manifestava a nível ideológico.
O segundo retrata o terror do regime perante novas ideias, perante os livros que não fossem aprovados. Tudo era sujeito à censura. Ainda me lembro um dia de estar na Marina que era então aquela papelaria reduzida ao bocadinho junto à loja de frangos e entrar um inquisidor à procura de livros do Jorge Amado. Não teve sorte, foi de mãos à abanar.
O terceiro lembra a minha chegada em 25 de Abril à EPAM, em plena revolução. Acolheram-me, convidaram-me a aderir, tranquilizaram-me:"isto não é um golpe da extrema direita. Queremos instaurar uma democracia".
No quarto o carácter universal e libertador de Abril. Ninguém ou quase ninguém queria o que existia, por isso, a aderência foi quase total e imediata. A própria burguseia se sentia espartilhada no condicionamento industrial e ideológico do regime e queria mais liberdades, fora do paternalismo salazarento que ainda não nos largou...

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